quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Razões para o voto contra à adesão de Câmara de Lobos ao PAEL


Devo previamente referir que embora tenha recebido a documentação tardiamente para avaliação desta proposta (com apenas um dia de antecedência), tendo em conta a importância desta decisão, fui para esta reunião sem ter definida uma posição e um voto (que seria entre a abstenção e o voto contra), na expectativa de nessa reunião e no debate ser totalmente esclarecido das dúvidas que tinha. Levei algumas dúvidas mais técnicas, que pretendi fossem esclarecidas pelo técnico que elaborou a proposta e que importava ouvir, vem como os argumentos da maioria PSD, sendo que também estive atento aos argumentos e posições dos restantes vereadores do PS e do MPT.

A partida também devo referir que tinha também descartado o voto favorável, por entender que não poderia esquecer as minhas posições que ao longo do mandato questionavam e censuravam o modelo de governação do PSD na Região e no Município e que hoje são a principal razão destes terem de recorrer a este Programa.
Quem foi e é crítico como nós (CDS) temos sido a este modelo de Governação, quer as opções de gestão, não pode simplesmente fazer de conta que tudo aquilo que foram erros de governação e gestão que nos levou as actuais circunstâncias não existiu. E mais quando alertamos e sugerimos alternativas que nunca foram atendidas.
Para mim o PAEL não pode servir apenas para sossegar consciências de quem em fim de mandato dirá quando sair, que pagou em grande parte o que devia aos seus fornecedores e empreiteiros, não contribuindo com este gesto para o agravar da crise económica e do desemprego que em Cª Lobos é grande, porque na prática resolve apenas um problema no presente e o transfere para o futuro. Não chega!...
Também não posso fechar os olhos a uma engenharia financeira que na prática transfere para o Município responsabilidades financeiras da Região e assumidas também no PAEF, para assim omitir e esquecer o desastroso que foi o processo dos Contratos-programa, que hoje pura e simplesmente a CM omite e tenta fazer esquecer quando fala das dificuldades financeiras em que vive decorrentes das reduções das transferências do Estado e quer da sistemática quebra de receitas próprias de um Município que já tem elevadas grande parte das suas taxas.
Quando o Executivo Municipal PSD tem cerca de 12 M€ em dívida a mais de 90 dias e só dessa dívida tenciona pagar com o PAEL cerca de 5,8M€, cujos principais beneficiários são: ARM, IGA, EEM e SESARAM, que como todos sabemos são entidades públicas tuteladas pelo mesmo Governo Regional que deve a Câmara de Lobos em Contratos-programa desde 2008 cerca de 18M€, para mim deixa de existirem condições para qualquer voto que não seja a rejeição da proposta em apreço. Porque no final de contas o Município se endivida por mais 14 anos para pagar em grande parte ao GR, quando este não assume as suas dívidas para com este mesmo Município, tendo-as reportado junto com outras, de outros Concelhos ao Estado, para serem incluídas no crédito que o mesmo Estado tem vindo a dar a Região no âmbito PAEF. Que fique claro, as dívidas são da Câmara que as assume, mas que deveriam ter contado com as comparticipações do GR, vindas dos ditos contratos-programa que não chegaram na sua totalidade, diria que nem a 50% cumpridos. Portanto o Governo diz a República que deve as Câmaras e mostra essas facturas das obras como prova das dívidas, mas não assume com as Câmaras o pagamento das mesmas, sendo então que neste caso de Câmara de Lobos, o Município deve endividar-se para as pagar, por falta da comparticipação que pelos vistos nunca chegará e que tendo em conta os que ficam de fora não pagará também o total em dívida. Em soma é mais uma trapalhada com a qual não posso concordar!...
Assim sendo e tendo em conta também a existência de outros encargos com o serviço das dívidas a banca também existentes e as dificuldades que a adesão deverá trazer a gestão Camarária num futuro próximo, em consciência o meu voto só poderia ser contra a adesão ao Programa de Apoio à Economia Local.

Tal como referi ontem no meu mural do Facebook, a votação relativa a esta proposta foi a seguinte: Aprovada por maioria com os votos do PSD e MPT e votos contra do PS e do CDS.


sábado, 15 de setembro de 2012

Porque vou participar na manifestação de hoje


Caros amigos,

Tendo em conta que como cidadão tenho o direito e o dever de manifestar a minha discordância com opções e medidas que no meu entender colocam em causa o bem-estar social e que ao mesmo tempo não servirão para resolver os reais problemas estruturais do nosso País, não posso de forma alguma ficar indiferente ao movimento cívico e apartidário que tenta mostrar o erro que são as medidas recentemente anunciadas pelo Primeiro Ministro e pelo Ministro das Finanças.

Eu entendo que este movimento poderá mantendo as suas intenções iniciais (não político-partidário), será importante para fazer pensar a quem de direito da necessidade de estas medidas anunciadas a poucos dias atrás de serem revertidas, pois acredito como muitos dos que vão a esta manifestação que há sem dúvidas outros caminhos e outras soluções.

 Assim sendo acho que como noutras situações no passado recente e em coerência com aquilo em que acredito, vou participar nesta manifestação pacifica e apartidária, na defesa dos valores sociais que defendo.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Um desabafo sobre o que hoje foi anunciado...


Hoje acho que se deram mais uns tiros nos pés que já não aguentam a austeridade que a TROIKA continua a querer impôr a Portugal e que lamentavelmente é consequência de sucessivos erros de governação cujos efeitos parecem nunca terem fim...

Podem chamar-lhe o que quiserem mas na verdade o rendimento mensal dos cidadãos que trabalham neste País vai ficar mais curto e isso não é positivo, nem para eles, nem para as suas famílias e ao contrário do que se tentou fazer passar não será também bom para as empresas, quando estas querem acima de tudo ter acesso ao crédito para investirem. É cegueira política e teimosia não querer ver isto.

Sinceramente espero que ainda se consiga dar a volta a isto, porque chega de injustiças e porque o caminho do corte nas despesas desnecessárias do Estado e de todo o que é público neste País ainda tem muito para dar. Eu quero acreditar que o OE de 2013, venha dar corpo a este meu desejo e esperança.

Foto: DN-Madeira