quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O show-off do PSD não consegue esconder a pobreza em C. Lobos

Hoje uma notícia do jornalista Victor Hugo, no DN-Madeira, veio por a nu aquilo que o CDS em Câmara de Lobos tem vindo a dizer a uns meses a esta parte, de que a pobreza, o desemprego e a emigração tem vindo a crescer fortemente e que todo o show-off do PSD já não consegue esconder.

Como é óbvio não é uma situação nova aquela que se veio novamente denunciar, mas que hoje importa novamente salientar face a gravidade dos números que foram apontados.

Infelizmente Câmara de Lobos a par do Funchal é dos Municípios em que actividade económica piora dia para dia, onde fecham mais empresas do que se criam, sendo por isso um dos Concelhos com pior performance desde as Eleições Autárquicas de Setembro de 2013.

Isto provoca mais desemprego e pobreza. Os números da notícia assim o demonstram, quando uma das várias instituições que estão no terreno no auxilio dos mais desfavorecidos refere que no que vai de ano (2014), se apoiaram em ajuda alimentar mais de 3.640 pessoas, correspondendo a 973 famílias. Por aqui se vê que afinal não existem políticas sociais municipais e regionais que contrariem esta situação e muito menos há uma política séria ou pelo menos estruturada de dinamização da economia local, pois só assim é possível inverter estes números, servindo assim lógicas que pelos vistos ainda imperam de manter a pobreza para arrebanhar votos. 

Lembro que os números desde 2011 tem vindo a crescer exponencialmente, quando conforme a própria notícia se refere que no caso da instituição referida, esta aponta para esse ano ajudas para 585 pessoas, portanto para cerca de 151 famílias. Sendo que em 2013, ajudaram 3810 pessoas.

Importa referir também que no passado mandato autárquico o CDS, no Município, conhecedor desta realidade, denunciou o crescimento da pobreza e apresentou várias propostas para atenuar estes problemas, mas o PSD as chumbou negando como sempre o fez a dura realidade do Concelho (ver aqui: 1, 2 e 3).

Antes das eleições o PSD, prometeu novamente tudo resolver e inclusive afirmavam que tinham tudo previsto e pronto a colocar em prática, quer no social, quer no tocante a dinamização da economia local, nomeadamente dos sectores produtivos e claro no tocante ao turismo, sendo que passado quase um ano das eleições está tudo a vista de todos, quase nada mudou e pouco do que se fez, feito avulso sem o necessário planeamento não tem até agora efeitos que contrariem os números que hoje mais uma vez demonstram o esgotamento do modelo velho do PSD.

Muito o PSD tem falado de turismo, muitos textos de encomenda se tem feito publicar na comunicação social a se dizer que Câmara de Lobos passou a ser procurado para investimentos, inclusive se acenou com a não cobrança da derrama, mas na verdade tudo não passou de mero show-off mediático para enganar mais uma vez os Câmara-lobenses, que já percebem que se mudou de Presidente, que se mudou de estilo de governação, mas que afinal tudo continua quase igual. 

É inadmissível que num Concelho em que havendo dinheiro para festas como aquelas que recentemente foram organizadas e patrocinadas pela Câmara Municipal, não haja dinheiro para ajudar famílias que precisam de pouco para o mais básico que é comer. É chocante saber que há famílias com pobreza extrema, com fome, em desespero e que quem tem responsabilidades de governar ignore a necessária alteração de rumo que tem de ser feita, quer nos apoios sociais, quer no que deve ser hoje o investimento público, que vai mais além do investimento em alcatrão e betão para novas estradas, quando importa gerar atractividade para áreas em que claramente com pouco se pode gerar muito, como são a agricultura, o turismo e as actividades relacionadas com a pesca e o mar. Afinal o prometido onde está??!...

Importa fazer diferente, mas tem de ser mais do que propaganda. Temos todos de trabalhar para gerar riqueza e com ela emprego, todo o investimento que se tem de fazer tem de ter uma lógica de retorno económico e social, mas do que de imagem. Como disse custa-me ver notícias que referem a extrema pobreza de alguns quando se gasta dinheiro para festas e com ela promover certas pessoas. Isto não pode continuar assim, pois aquele que ainda considerado um Concelho jovem e com potencial, pode rapidamente se tornar num Concelho envelhecido e sem futuro, pois com tanta pobreza não há outro caminho a seguir do que emigrar, como temos visto.

Imagem: DN-Madeira

Capela de São Paulo no Funchal em risco de se perder

Ontem a noite no "Telejornal das 9" da RTP-M, este serviço de informação do canal público trouxe novamente para a ordem do dia, o gravíssimo problema que coloca em risco de ruína um dos edifícios mais importantes do Funchal, a Capela de São Paulo, na Rua que tem esse mesmo nome e que se toca com a Rua da Carreira.

Infelizmente a notícia refere que o edifício que remonta ao inicio do povoamento da Madeira (1426), mandada construir então pelo Capitão Donatário do Funchal, João Gonçalves Zarco, deixou em Junho de celebrar qualquer acto litúrgico em virtude de estar em risco de ruir, não oferecendo o mínimo de segurança necessária para os fieis que ainda frequentavam este espaço de culto.

A peça jornalística acrescenta que este edifício de grande valor arquitectónico e patrimonial, classificado de interesse público em 1946, aguarda desde 1996 por obras de estabilização e de recuperação, altura em que começaram os problemas estruturais originados pela construção da Cota 40, que como se verifica tardam em demasia.

Embora não seja uma situação nova, que já mereceu da parte do Vereador do CDS, José Manuel Rodrigues neste inicio de mandato autárquico uma iniciativa na CMF, no sentido de forçar a necessária intervenção, importa novamente e aproveitando a vinda deste assunto para a ordem do dia que não se deixe esquecer este assunto, chamando a todos aqueles que tem responsabilidades a intervir, atendendo a gravidade da situação.

Assim sendo, eu próprio em nome do Grupo Parlamentar do CDS-M, na Assembleia Legislativa da Madeira darei entrada de uma iniciativa parlamentar com o objectivo de rapidamente se possa obrigar a uma acção que desencadeie a necessária recuperação do imóvel quinhentista que foi a segunda capela construída na Madeira, depois da Capela de Santa Catarina e que certamente não podemos deixar se perder como tantos outros imóveis que se tem perdido por inercia de quem nos governa e que infelizmente não tem tido a sensibilidade necessária para a preservação do nosso Património, que é dos mais ricos do País.

Certamente tudo faremos para que este assunto não fique no esquecimento.

Imagem: CMF