No "
Público" de hoje li uma entrevista ao coordenador do estudo "Um Olhar Sobre a Pobreza", Dr. Alfredo Bruto da Costa, que considera que a pobreza em Portugal ao contrario do que tem sido afirmado pelo Governo Socialista de José Sócrates, tem subido e muito.
Por outro lado, devo também dizer que discordo completamente da visão distorcida e facciosa do "
Tino" do blog "
Farpas da Madeira", que duma forma muito simplista culpa os Governos ditos de direita da situação actual, quando claramente o Dr. Bruto da costa aponta outras razões que (passo a citar):
"... A partir da entrada de Portugal na Comunidade Europeia, houve um facto que alterou a atitude da sociedade portuguesa perante a pobreza: Portugal passou a ter programas de luta contra a pobreza, através de metodologias que deram um salto qualitativo no modo de encarar e tratar a pobreza. Poderíamos esperar que a pobreza tivesse uma redução apreciável.
E não teve. Em 2004, terá sido de 19 por cento, em 2005 terá sido 18 por cento. É uma tendência? Falta ver o que se passou nos anos seguintes. O que sabemos é que, durante esse período de 20 anos, andámos à volta dos 20 por cento. Mesmo que se admita que houve uma tendência ligeiramente decrescente, não explica que a ordem de grandeza se situe nos 20 por cento. A pobreza em Portugal ou se manteve estável ou teve uma redução sem proporção com o esforço feito desde que Portugal entrou na UE, na luta contra a pobreza..."
E a pergunta do jornalista, sobre qual foi a razão principal ele responde que:
"... São várias. Mas há uma questão chave: é tempo de a sociedade se interrogar sobre o porquê esta resistência da pobreza perante tanto esforço, boa vontade, recursos, nos últimos 20 anos. Neste estudo, não entrámos no porquê. Estamos muito virados para a ideia de que a luta contra a pobreza é igual a políticas sociais. Quando há uma percentagem tão elevada de famílias pobres entre pessoas empregadas, vê-se claramente que a política social é um instrumento útil, mas não resolve tudo. Pode ser decisivo para o terço de pensionistas ou para o outro terço, de outros inactivos como domésticas, que nunca trabalharam nem tencionam trabalhar. Aí, ou a sociedade portuguesa resolve valorizar economicamente o trabalho doméstico e tem uma modalidade de remuneração – o que seria uma revolução cultural – ou isso nunca se resolve. A outra parte – os pobres que estão empregados, por conta própria ou por conta de outrem – não se resolve com política social, é um problema económico..."
Concluindo que o problema: "... É fundamentalmente um problema de salário..."
Por isso Tino, a culpa não é exclusiva dos ditos Governos de Direita que apontas-te, porque se estiveres com atenção a tal percentagem manteve-se sempre na ordem dos 20% o longo dos últimos 20 anos, sendo que o País foi governado por vários governos de esquerda, centro e até de direita.
Mas, se queres ir por aí (embora como já referi não é o caminho para a verdade), poderia dizer-te que se no último Governo de coligação PSD/CDS, houve o tal aumento de que falas isso terá acontecido porque o Governo de Guterres deixou o País "num pântano", como ele o próprio o disse!...
Ou não te lembras??!...
Porém caro Tino, vamos a realidade actual. Este País tem vindo a piorar a vários níveis desde que o actual Primeiro Ministro subiu ao poder (esta aos olhos de qualquer um). Veja-se o desemprego, veja-se a qualidade do ensino, veja-se a qualidade do sistema de saúde, vejam-se as diversas políticas de emprego / trabalho que em nada invejam as políticas de extrema direita de Berlusconi (por exemplo) e claro as políticas de combate a pobreza dum governo que se diz socialista e que tem a performance, que hoje estamos a discutir!!!...
Só lamento que esta "Singapura" do Atlântico, aquela que o PSD diz que vai ser uma potência de aqui a 10 anos, portanto a Madeira, esteja a ir pelo mesmo caminho do resto do País, de aumento do desemprego e da miséria, que a olhos vistos desgraçam as famílias desta terra, sem que nada seja feito para dar a volta a isto lá e cá.
É pena!!!...