Na passada quinta-feira dia 13 de Março, na Assembleia Legislativa da Madeira, no âmbito de uma intervenção, expressei através de uma declaração aquele que é ainda hoje o meu sentir em relação ao que se passa na Venezuela e que hoje decidi partilhar convosco através deste meu blog.
De facto a situação é grave e tudo devemos fazer para chamar a atenção para o que se passa, pois importa rapidamente uma solução para a situação que por lá se vive e todos indiferentemente de onde nascemos temos de contribuir para isso.
Aproveito para agradecer a todos aqueles que percebendo o alcance e a intenção das minhas palavras tem mostrado a sua simpatia e apreço, quer nos comentários expressos junto a notícia do DN-Madeira sobre o assunto, quer nas redes sociais e pessoalmente como muitos fizeram questão de me fazer chegar. Para mim a minha consciência e os meus valores são invioláveis, pelo que sempre que achar necessário tomarei as posições que entender sobre este e outros assuntos.
Sr. Presidente
Sras e Sres Deputados
Antes de passar a intervenção que preparei para hoje,
gostaria de previamente fazer uma declaração sobre o que tem vindo a acontecer
na Venezuela, quando infelizmente hoje
temos notícias de mais uma morte de um jovem manifestante, que morre nos
confrontos de ontem em Carabobo.
Julgo Sr. Presidente e Sres. Deputados, que não é possível
ficar indiferentes perante isto mais tempo, quando sabemos que a situação
claramente já ultrapassa o aceitável. Eu sinto-me incomodado e não posso deixar
de expressar o que penso, quando todos os dias e já vai um mês, assistimos a
confrontos que contabilizam oficialmente 23 mortos, mais de 350 feridos e
também ultrapassou mais de 1.300 detenções.
Assim gostaria de expressar aqui, hoje, a minha preocupação
que acredito e espero seja a preocupação de todos os parlamentares desta casa,
não só por residir uma importante Comunidade Madeirense naquele País, mas
porque também há um Povo martirizado e estão em causa certamente Direitos
Humanos.
Portugal e a Madeira sempre defenderam os valores e os princípios
democráticos como a liberdade. Também os Direitos humanos, como referi,
condenando toda e qualquer violência que ofenda estes valores e princípios.
Os vínculos com a Venezuela são mais do que muitos e
importantes e com sentido de responsabilidade que devemos também por cá exortar
ao fim da violência e ao regresso a paz e ao diálogo verdadeiro.
São de facto dolorosos os sinais de fractura que se observam
na sociedade venezuelana, pelo que é nosso dever também apelar aos blocos em
confronto, mas em especial as Autoridades Venezuelanas, para que tenham todos
posições construtivas, responsáveis e prudentes que em respeito pelos valores
humanos, se possa pôr fim a crise social e política hoje vividas.
O respeito pela diferença, pelas liberdades de expressão,
associação, manifestação e acção política, não podem estar em causa e ambas as
partes tem o direito e o dever de as preservar, esperando que assim a
reconciliação nacional chegue em breve, certamente um desejo dos Venezuelanos e
também nossa por cá.
Imagem: Google.
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