quarta-feira, 19 de março de 2014

Venezuela

Na passada quinta-feira dia 13 de Março, na Assembleia Legislativa da Madeira, no âmbito de uma intervenção, expressei através de uma declaração aquele que é ainda hoje o meu sentir em relação ao que se passa na Venezuela e que hoje decidi partilhar convosco através deste meu blog. 

De facto a situação é grave e tudo devemos fazer para chamar a atenção para o que se passa, pois importa rapidamente uma solução para a situação que por lá se vive e todos indiferentemente de onde nascemos temos de contribuir para isso.

Aproveito para agradecer a todos aqueles que percebendo o alcance e a intenção das minhas palavras tem mostrado a sua simpatia e apreço, quer nos comentários expressos junto a notícia do DN-Madeira sobre o assunto, quer nas redes sociais e pessoalmente como muitos fizeram questão de me fazer chegar. Para mim a minha consciência e os meus valores são invioláveis, pelo que sempre que achar necessário tomarei as posições que entender sobre este e outros assuntos.


Sr. Presidente
Sras e Sres Deputados

Antes de passar a intervenção que preparei para hoje, gostaria de previamente fazer uma declaração sobre o que tem vindo a acontecer na Venezuela, quando infelizmente  hoje temos notícias de mais uma morte de um jovem manifestante, que morre nos confrontos de ontem em Carabobo.

Julgo Sr. Presidente e Sres. Deputados, que não é possível ficar indiferentes perante isto mais tempo, quando sabemos que a situação claramente já ultrapassa o aceitável. Eu sinto-me incomodado e não posso deixar de expressar o que penso, quando todos os dias e já vai um mês, assistimos a confrontos que contabilizam oficialmente 23 mortos, mais de 350 feridos e também ultrapassou mais de 1.300 detenções.

Assim gostaria de expressar aqui, hoje, a minha preocupação que acredito e espero seja a preocupação de todos os parlamentares desta casa, não só por residir uma importante Comunidade Madeirense naquele País, mas porque também há um Povo martirizado e estão em causa certamente Direitos Humanos.

Portugal e a Madeira sempre defenderam os valores e os princípios democráticos como a liberdade. Também os Direitos humanos, como referi, condenando toda e qualquer violência que ofenda estes valores e princípios.

Os vínculos com a Venezuela são mais do que muitos e importantes e com sentido de responsabilidade que devemos também por cá exortar ao fim da violência e ao regresso a paz e ao diálogo verdadeiro.

São de facto dolorosos os sinais de fractura que se observam na sociedade venezuelana, pelo que é nosso dever também apelar aos blocos em confronto, mas em especial as Autoridades Venezuelanas, para que tenham todos posições construtivas, responsáveis e prudentes que em respeito pelos valores humanos, se possa pôr fim a crise social e política hoje vividas.

O respeito pela diferença, pelas liberdades de expressão, associação, manifestação e acção política, não podem estar em causa e ambas as partes tem o direito e o dever de as preservar, esperando que assim a reconciliação nacional chegue em breve, certamente um desejo dos Venezuelanos e também nossa por cá.


Imagem: Google.


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