Tenho por estes dias visto o também bloguista Filipe Malheiro, muito interessado em trazer a público excertos de “cartas” que foram trocadas na anterior legislatura, por causa do novo hospital da Madeira, colocando certas dúvidas no ar e tentando passar a ideia de que afinal o processo do hospital já teria morrido, sem direito a ser novamente discutido, como se em política tudo fosse definitivo. Além disto achei caricata a forma como vitimiza o Governo Regional, actualmente o grande culpado pela sua teimosia, de não levar este assunto até ao fim. Esquecendo ou omitindo o facto que a legislatura de Sócrates acabou e que com um novo governo que tomou posse, pode o processo recomeçar e ter um final diferente… Bastando apenas querer… E pelo que já sabemos o PSD-M não quer…
Acontece que no meio das dúvidas levantadas, o Filipe Malheiro esqueceu de referir um facto extremamente importante e de grande relevo, esse sim do meu ponto de vista altamente censurável, pois subverte as prioridades que o Governo da Região deveria de ter. Falo da negociata que envolveu Sócrates e Jardim, que em troca do hospital, Sócrates dava a Lei de Meios, que agora sabemos vai servir para se mandar para o mar mais milhões, na Marina do Lugar de Baixo e na consolidação do aterro no Funchal, de entre outras obras que nalguns casos tal como a marina nada tem a ver com os temporais, mas que por falta de capacidade financeira e de criatividade do Governo Regional, serão utilizados meios financeiros da tal Lei que deveria resolver apenas e só os problemas resultantes das catástrofes naturais dos últimos invernos, mas não, vão servir para se gastar nestes erros de governação. Daí aparecer a tal carta ambígua do Governo da República do PS a responder ao José Manuel Rodrigues, quando este questiona sobre o projecto do novo hospital poder ser candidatável no âmbito da Lei de Finanças Regionais. A panelhinha entre Jardim e Sócrates já estava cozinhada pelo que toca "engonhar", como "engonharam"!...
O argumento do PSD-M, repetido agora também pelo Filipe Malheiro, de que não há dinheiro, no meu ver é uma falsa questão, pois a comparticipação regional sempre poderia ser possível, se este governo não continuasse a desbaratar dinheiros públicos em obras ou negócios sem sentido como temos visto. Por exemplo o novo Centro de Saúde e Lar de Idosos de Câmara de Lobos, que foi já alvo de elógios do PSD-M e onde parte da oposição, menos o CDS se deixou enganar, em que o Governo Regional de Jardim compra a um privado o edifício já existente em tosco denominado de "Arca de Cristal" por 14 Milhões de Euros, quando nem metade vale! E reparem, este GR tinha outras opções para concretizar estes equipamentos e com melhores condições, mas preferiu desterrar os 14 Milhões!... Este é apenas um exemplo! Mais com certeza poderiam ser referidos, mas este acho para já suficiente para demonstrar o que digo.
Por isso caro Filipe, mais uma vez, defende o indefensável, que é se gastar mais dinheiro para deitar ao mar ou para dar a privados em negócios questionáveis, em troca de um hospital, pois não querer o hospital implica isso mesmo. Este projecto do novo hospital no meu ver e no ver do CDS é mais importante para a Madeira...
Imagem: Vivamadeira
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