domingo, 28 de outubro de 2012

Comunicado: Reunião da CPR do CDS-M sobre o OE 2013


A Comissão Política do CDS-Madeira considera que o Orçamento de Estado para o próximo ano não serve os interesses da Madeira e de Portugal. O Orçamento volta a violar a Constituição ao estipular que a receita da sobretaxa do IRS reverte para o Estado quando esta deveria pertencer às Regiões Autónomas; não assegura a reposição dos benefícios fiscais retirados ao Centro Internacional de Negócios; não garante que as Regiões Autónomas beneficiam das receitas das privatizações na proporção que lhes é devida e inscreve uma verba insignificante para os investimentos da República na Madeira; o Orçamento de Estado, na versão que será votada quarta-feira na Assembleia da República, representa um enorme aumento de impostos que vai gerar mais recessão económica e mais desemprego.

A necessária consolidação orçamental e o cumprimento das obrigações com a Troika não podem ser assegurados em 80 por cento do lado da receita, com mais aumento da  carga fiscal, e com uma redução de apenas 20 por cento da despesa esbanjadora do Estado. Isto é inaceitável e insuportável para quem produz, cria riqueza e paga impostos.

Exige-se uma alteração substancial na discussão do Orçamento na especialidade, cortando na despesa e baixando a subida do IRS.

É por isso que o CDS-Madeira não poderá dar o seu aval ao Orçamento de Estado tal como ele foi apresentado. Nesse sentido, a Comissão Política do CDS-Madeira decidiu dar indicações ao seu deputado na Assembleia da República, para votar contra a primeira apreciação do Orçamento. Até à votação final do Orçamento a 27 de Novembro, o deputado do CDS-Madeira bater-se-á por alterações ao documento e se forem garantidos os direitos da Região e baixar a carga fiscal, o CDS-Madeira poderá evoluir para um sentido de voto positivo.


Este não é um voto contra o CDS Nacional, a coligação ou o Governo. Este é um voto contra o Orçamento de Estado para 2013. Esta posição de quebra de disciplina de voto não constitui qualquer falta de solidariedade para com o Partido ou o Grupo Parlamentar na Assembleia da República. É somente um voto consciente contra o Orçamento. De qualquer forma não poderia deixar de retirar todas as consequências políticas e partidárias deste facto e hoje mesmo apresentei a minha demissão de Vice-Presidente Nacional do CDS. 

O deputado Rui Barreto assumirá as suas responsabilidades e está ciente das sanções disciplinares a que está sujeito. Por vezes na política como na vida, é preciso conscientemente dizer não, mesmo que esse não tenha custos partidários, políticos e pessoais dolorosos.  Em política as convicções estão acima de qualquer conveniência pessoal ou política.


2012-10-28
A Comissão Política Regional
(porta-voz: José Manuel Rodrigues)

 Foto: Amilcar Figueira

Sem comentários: