quinta-feira, 14 de março de 2013

Urbanismo e Ordenamento do Território no Concelho de Câmara de Lobos



No final deste mandato autárquico importa também tal como noutras áreas da governação municipal, fazer um balanço as políticas que se tem vindo a seguir no Município numa área extremamente sensível que é o Ordenamento do Território, sabendo que o território tem para Câmara de Lobos em termos turísticos uma importância vital, devido as paisagens únicas que oferece a quem visita e que merece dos responsáveis políticos os maiores cuidados na sua manutenção e na sua humanização, de forma a não colocar em causa a coexistência necessária da paisagem humanizada com o necessário desenvolvimento urbano para quem reside e para quem trabalha e investe no Concelho.

Tendo em conta estas preocupações, o CDS e os seus Autarcas entendem que também nesta área da governação do Município, se andou para atrás. 

Em vez de se alterarem as políticas que se vinham seguindo nos últimos dois mandatos do presidente Arlindo Gomes, de total anarquia construtiva com uma política de fiscalização passiva, que só actua praticamente quando há reclamações e não quando está devia ser preventiva e de correcção  Mas infelizmente nada se alterou, mantendo-se tudo igual ou pior. Isto prejudica de forma grave a imagem urbana do Concelho face a descaracterização profunda que se assiste da paisagem. Prejudica também os Munícipes, que no fim do processo construtivo se vêem confrontados com legalizações caras e quase que impossíveis em muitos casos de resolver e que obriga a soluções como aquelas que se tem assistido de verdadeira violação das Normas vigentes e do Plano Director Municipal em vigor. Confrontando os agentes políticos discordantes desta forma de gestão do território, com factos consumados e com o empatar da vida dos cidadãos que confrontados com isto desesperam por qualquer solução, que para quem é poder é dada como se de um favor ou esmola se está a conceder.

Infelizmente tudo isto piorou quando se aprovou um Regulamento Municipal para a Edificação e a Urbanização, que tentou tornar legal o que a Lei e o Regime Jurídico desta área não permitem. Tentando com isto não encontrar verdadeiras soluções equilibradas de gestão do território, mas sim “legalizar” instrumentos que perpetuassem a política de caos urbanístico que estes querem continuar e que lesa profundamente o Município e os Munícipes.

Para além disto, Câmara de Lobos tem um PDM que devia estar já revisto, parado no tempo a espera de melhores dias. O que deveria ser um instrumento vital de desenvolvimento está engavetado, pois mais uma vez não interessa que avance. Desculpa de falta de quadros e de meios, não cola quando se sabe que outras Câmaras com menos meios humanos e materiais estão avançar rapidamente. É como se vê claramente um problema de vontade e de prioridades.

Nas reuniões da Câmara Municipal, já mostramos por diversas vezes a nossa discordância com estas políticas que se materializaram em declarações de voto, votos contra e mais recentemente deixando de participar na discussão e votação de processos em que há manifesta violação da Lei e dos Instrumentos de Planeamento em vigor. Porque o que prometemos aos Câmara-lobenses antes das eleições é para cumprir e isso tem sido até agora ponto de honra. Não pactuar com ilegalidades!...

Nossa postura até ao final do mandato será está, porque também não permitirmos como já aconteceu, que nossa discordância seja usada perante os munícipes para os culpar dos erros de quem é poder e que coloca depois no Munícipe o problema para resolver. Já votamos contra e ficamos sozinhos nessa votação, onde o PSD e os outros partidos cobardemente se abstiveram, que só serviu para entalar quem não tinha culpas pela anarquia que se vive nesta área e que pelos vistos querem que tudo continue assim.

Para nós Câmara de Lobos não pode continuar assim. O Concelho pode continuar a crescer ordenadamente em harmonia com a paisagem que deve ser a sua aliada nesse crescimento sustentado que se deseja, pelo que o CDS continuará a ser como até agora principal oposição a estas políticas, apresentando como até agora alternativas.

Também em breve e face a recusa do PSD e a abstenção do PS e do MPT, iremos solicitar ao Provedor de Justiça que analise o Regulamento Municipal da Edificação e da Urbanização para que se esclareça de uma vez por todas se há ou não normas ilegais, para que estas sejam corrigidas. Nós não temos medo como outros de colocar na mão de quem sabe a verificação das normas que entendemos não serem legais, pois ao contrário desses nós somos daqueles que nada deve e que portanto nada teme!...








Imagem (Garachico): Google

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