Na semana passada o PS-Madeira apresentou uma proposta que visa definir a "arquitectura do processo de reconstrução" da Madeira, tendo em vista a utilização dos fundos que serão disponibilizados vindos de vários quadrantes (União Europeia, República, Sector Privado, etc...).
Sinceramente sobre a proposta em si não tenho nada contra nem a favor. Julgo que é um dos possíveis caminhos para garantir a boa aplicação desses fundos. Não o único mas mais um dos possíveis.
Preocupa-me sim é ver que o essencial e fundamental passa ao lado e que essa proposta para mim não resolve.
Ninguém com responsabilidades governativas cá ou na República impõe a discussão e a reflexão com vista não só a apurar o que potenciou a catástrofe, como também ninguém quer pelos vistos reflectir as formas de atenuar no futuro situações destas.
O pior é que nem a sociedade civil esta muito interessada nisto. Não vejo nem as Ordens dos Arquitectos, dos Engenheiros e outras classes profissionais com capacidades para discutir o ordenamento do território preocuparem-se com estas questões. Reflexões? Quais?.... Nada!...
Acho que antes de se fazer o que quer que seja é importante discutir o que se deve fazer. Antes de propor barragens, muralhas de acostagem de navios ou demolições é importante discutir-se essas e todas as outras opções. É fundamental e acima de tudo apreender com o que aconteceu. Mas pelos vistos TODA a GENTE nesta terra sabe de tudo e discutir e reflectir pelos vistos é perder tempo. O que é uma pena!...
Existe sim presa em reconstruir deixando tudo como estava antes do dia 20 de Fevereiro. Vejo por exemplo muros a serem feitos nas ribeiras nos mesmos locais dos anteriores, sem que ninguém tenha reflectido se essa é a melhor opção ou se seria necessário um alargamento das bocas das ribeiras a jusante(?), não sei se é ou não uma solução, mas o facto é que ninguém discutiu isto. Assiste-se todos os dias a soluções sonhadas de noite para anunciar de dia, como é o caso do tal túnel da Serra D'Água, que sem nenhum estudo a validar esta opção, já esta a ser considerada como única solução para essa localidade.
É em muitos casos, um avançar a cegas, sem saber da adequação destas opções e sem saber os custos e benefícios das opções e pior sem saber se estas opções poderão estar a contribuir para o agravar das condicionantes que poderão potenciar no futuro situações deste género.
Confesso que receio desta presa toda, inclusive do PS, quando querendo condicionar o PSD avança a presa também com este tipo de propostas. Lamento que na Madeira tudo esteja politizado como está, condicionando qualquer discussão sobre o que quer que seja.
A Madeira no fim de contas é quem perde!...
A Madeira no fim de contas é quem perde!...
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