«Fidel Castro, 81 anos, afastado há mais de 16 meses do poder por motivos de doença, deixou ontem entender, pela primeira vez, que não pretende retomar as suas funções, para “dar a vez a pessoas mais novas”, numa mensagem lida na televisão nacional cubana.“O meu dever elementar é não ficar agarrado a funções e não fechar a porta às pessoas mais novas; é dar experiências e ideias cujo modesto valor provêm da época excepcional que me foi dado viver”, escreve o dirigente cubano, que assumiu o poder em 1959.
O líder cubano repetiu que “os revolucionários não se retiram jamais”. “A minha convicção mais profunda é que as respostas aos problemas actuais da sociedade cubana (...) exigem cada vez mais respostas diferentes a cada problema concreto do que aquelas contidas num tabuleiro de xadrez”, acrescentou, numa referência à situação interna do país.
Esta tomada de posição conclui uma mensagem quase totalmente dedicada às alterações climáticas e à conferência internacional de Bali. Foi lida por um jornalista oficial na emissão televisiva diária “Mesa Redonda”. A sua carta foi publicada hoje na imprensa oficial.O dirigente cubano, que manifesta desde a sua doença uma preocupação maior pelos problemas ambientais, considerou que a conferência de Bali “confirmou a importância dos acordos internacionais e a necessidade de os levar a sério”.
Desde a sua doença, é raro expressar-se sobre o futuro de Cuba ou de si próprio, preferindo a actualidade internacional, nomeadamente nas suas cerca de 70 “reflexões” publicadas na imprensa oficial desde final de Março. Nunca mais foi visto em público, para além das mensagens televisivas gravadas, desde 26 de Julho de 2006, véspera da sua primeira intervenção cirúrgica depois de uma grave hemorragia intestinal.
Esta é a primeira vez desde que cedeu o poder, a título provisório, ao seu irmão Raul Castro, a 31 de Julho de 2006, que o chefe de Estado faz alusão a um possível abandono das suas funções, total ou parcialmente.
Fidel Castro é dirigente do Partido Comunista Cubano (PCC, partido único) e presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, bem como chefe das forças armadas.»
Veremos se as mudanças necessárias que Cuba precisa, possam ser finalmente implementadas, com a saída de Fidel Castro.
Veremos também se Cuba faz a sua "transição" para a democracia, com este afastamento.
Veremos o que fará também o Presidente Hugo Chávez, ao ver seu mentor abandonar as actuais funções.
Veremos!!!...
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