quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

À volta da Cimeira

Oh pá, foi uma excelente ideia trazer para Lisboa aquela cimeira. Doravante, vamos ter uma África mais democrática, humana e tolerante. Até o Mucabe tornar-se-á capaz de em breve ser proposto para o prémio Nobel da Paz.

- Acredito. E sejamos justos e realistas, tudo se deve à competência e dinamismo do nosso governo socialista.

- Aqueles Ministros e Chefes de Estado deveriam ter ficado deslumbrados com o modo pomposo e fidalgo como por nós foram recebidos e tratados.

- É verdade. Oxalá é que o dinheiro dos impostos que nos têm andado a cobrar sem piedade e sem dó, não "abrasassem" em dois dias só.

- Bolas, mas ficamos bem na "fotografia", perante aquela gente somos os reis do bem receber e da diplomacia!

-Essa agora, o pior é que eles vão embora e a cassete da crise volta a atazanar-nos o juízo.

- Bom, deixemos isso para trás e falemos de coisas mais alegres e banais, como daquele que mandou armar uma tenda e trouxe uma série de animais.

- É verdade, até tenho vergonha de dizer, mas tanto camelo junto nunca tinha tido oportunidade de ver.

- Tens razão, mais parecia uma excursão. A propósito o nosso governo da região, se tivesse se lembrado, em lugar duma casa era uma " Tenda da Madeira" que em Lisboa tinha inaugurado.

- Bem pensado e como não tinha camelos e importa-los custaria muito dinheiro, substituía-os por carneiros!

- E vocês também tiveram conhecimento de que em dados momentos, os nossos governantes (de lá), privilegiaram os que no poder estavam há mais tempo?

-Ah Sim, mas que descaramento. Então porque andam constantemente a implicar aqui com o nosso presidente?

-Se não sabes, amigo, eu explico: é porque o nosso Joãozinho não tem petróleo, senão andavam com ele ao colo. Só em saber que ele tem espetada e bom vinho já têm vindo de lá para cá como tontinhos, se ele tivesse petróleo então, não o largavam da mão. Importavam-se lá saber com o que ele dizia ou deixava de dizer, fazia ou deixava de fazer.

- Lá nisso tens razão. Bom, mas para terminarmos a conversa que o tempo corre depressa, só não achei bem que o Dr. Mário Soares não tivesse participado nas negociações. Com o jeitinho que ele tem - nós conhecemos bem podia negociar-nos com aqueles barões, a gente passava a viver bem, todos ricos, assim a modos do povo da Guiné, de Angola ou Moçambique.

- Realmente ainda não tínhamos pensado nisso.

-Até a próxima, despediram-se os amigos!.


Texto retirado das Cartas do Leitor do DN-Madeira, da autoria de Juvenal Pereira

Sem comentários: