De facto as últimas notícias vindas a público por estes dias já não são preocupantes, mas sim verdadeiramente alarmantes, tendo em conta a gravidade da situação sócio-económica da RAM.
Qualquer um fica perplexo ao ver os números: Passivos bancários iguais ou superiores a 92% do PIB, a actividade pública da Madeira é responsável por 7% da dívida directa portuguesa, o valor da divida pública madeirense deve rondar os 4.600 milhões de euros.
A isto acresce as dificuldades financeiras que nas diversas áreas já se vai conhecendo e que sufocam sector público e sector privado. Tudo isto porque quem nos governa ainda não percebeu que tudo mudou e que os erros da sua governação agora começam a fazer os danos que a muito inevitavelmente eram esperados.
O pior é que não apreendem com os erros, nem são capazes de lerem os sinais com que diariamente somos confrontados duma crise que vai continuar e que parece-me na RAM vai ainda agudizar-se.
Isto de continuar a permitir que as Sociedades de Desenvolvimento continuem a endividar-se como se prevê em mais 100 Milhões, quando o passivo conhecido destas já ultrapassa os 664 Milhões de Euros e quando a isto somam-se prejuízos de 98,5 milhões e um negócio gerado que apenas paga 18% dos custos, já a pensar nas eleições de 2011 é de uma irresponsabilidade quase que criminosa.
Por outro lado a isto tudo, acrescem as dividas as Câmaras Municipais, por incumprimentos de contratos-programas, que asfixiam municípios, que desesperam por causa de obras lançadas no terreno sem a devida comparticipação do GR, com a teimosia de cumprir um Programa de Governo irrealista e despesista, que provoca que estas também recorram a banca e que os já parcos recursos financeiros só cheguem para alguns fornecedores enquanto outros desesperam pelo dinheiro que nunca chega. Esta situação grave provoca fecho de empresas e aquelas que teimam em manter as portas abertas, são obrigados a dispensar trabalhadores ou então pagam ordenados a conta-gotas, aumentando como sabemos a pobreza nesta terra.
Uma bola de neve com consequências catastróficas, tendo em conta que a falta de dinheiro que também se faz sentir nas famílias madeirenses provocam também incumprimentos destes perante a banca, nomeadamente nos créditos a habitação. Provocam o retrair do consumo, o que tem levado ao fecho do comércio tradicional e não só. Tudo situações muito preocupantes numa economia que teimosamente quer continuar a viver quase que em exclusivo do investimento público inútil e fútil, de uma região que teima em viver acima das suas possibilidades.
O pior é que muito desse investimento que poderia ter sido dispensado por ser desnecessário, hoje por falta de estudos que garantissem não só sua rentabilidade económica, foram muitas vezes colocados em locais de risco, que como mais uma vez este ano se verificou, foram destruídas ou então sofreram danos tremendos, cujas reparações são também de custo enormes para uma região que já não tem orçamento para pagar o que deve, muito menos para fazer reparações nesses equipamentos.
E aqui vamos...
A Região necessita de um novo hospital, mas como isto vai, acho isso uma miragem, se hoje se sabe que Região deve 147 milhões às empresas e outros 275 aos bancos na área da saúde, como é possível pensar que se possa ter nesta área um novo hospital ou pelo menos qualidade no sistema que a cada dia que passa vê reduzidos por incumprimento nos pagamentos, o material que diariamente é necessário para tratar dos doentes. Aposto que se isto continuar, os utentes terão que começar a trazer de casa como já acontece em Países e Regiões do terceiro mundo, medicamentos e não só aos hospitais para que os seus doentes possam ser tratados. Não falta muito!!!...
O pior é que pode faltar material médico nos centros de saúde e hospitais da RAM, mas para sustentar o Jornal da Madeira e continuar com a propaganda política a sempre dinheiro! É inconcebível que o JM receba uma média de quatro milhões de euros ao ano. Ninguém entende isto!...
Em soma, tudo fica muito negro e a cada dia que passa não se vislumbra uma solução para isto. A Madeira enquanto tenha um Governo que a obrigue a viver da subsídio dependência dos seus investimentos públicos, não poderá esperar outra coisa do que mais pobreza. O modelo esgotou-se e teimar na sua continuidade vai aprofundar a crise regional.
Por isso, não compreendo algumas pessoas dos diversos Partidos da Oposição Madeirense, que estão mais preocupados em perder tempo sistematicamente com ataques, sejam eles por ciumes ou por encomenda como se tem visto, quando o essencial e o mais importante foi conseguido, nesta questão da LFR e que é garantir mais verbas para a Região e acabar com as injustiças da Lei de 2007 e ao mesmo tempo impor mecanismos ao Governo Regional para pôr um travão no despesismo e no endividamento que muito tem prejudicado a nossa terra. Se isto não é positivo e se isto não é razão mais do que suficiente para um evoluir de posições políticas!? Bom, esses senhores então só querem que isto continue como esta ou então apostam na política da terra queimada para uma mudança política, mesmo que isto venha prejudicar ainda mais o nosso Povo. Não esqueçamos que estes"criticos" são gente que também representam forças políticas que Governam o nosso País de forma também altamente irresponsável. Se assim é podem continuar a nos criticar, que não alteraremos o nosso caminho na certeza que este é o caminho que mais interessa a nossa terra. O caminho da responsabilidade com vista a uma alternativa credível e séria!...
Imagem: Google
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