Vi, tenho uma opinião formada e todos vocês devem também saber quem considero vencedor deste debate, mas mesmo assim vou referenciar a notícia do SOL sobre o debate para que cada um tire as suas próprias conclusões.
«Depois da prestação modesta de Jerónimo de Sousa frente a Francisco Louçã, anulados pela ausência de um verdadeiro duelo no debate entre os dois líderes dos partidos mais à esquerda, o confronto desta segunda-feira foi mais rico na exposição de ideias opostas para o país.
O líder comunista e o dirigente democrata-cristão Paulo Portas partilham um diagnóstico crítico sobre a economia nacional, e até a paixão pelas PMEs, mas apresentam soluções radicalmente diferentes.
«Quanto mais o Estado tira dinheiro que devia estar na economia, mais a economia empobrece», defendeu Portas, que sublinha a «carga fiscal altíssima» sobre as empresas e famílias portuguesas – uma das mais elevadas da Europa.
Portas quer ainda o fim dos impostos sobre as horas extraordinárias, para «compensar quem mais trabalha», e a compensação fiscal das empresas que contratam desempregados – no mesmo valor que estes receberiam de subsídio de desemprego. E o Estado terá que pagar a horas.
Para Jerónimo, a receita passa pela nacionalização de empresas como a Galp e o fim da «extorsão das PMEs pelos poderosos através do crédito», defendendo o aumento da carga fiscal sobre a banca.
O líder comunista aproveitou ainda para atacar Paulo Portas: «só descobriu agora as PME. Em 2005, nem uma palavra sobre as PMEs constava do seu programa». Para estas, Jerónimo também quer menos impostos.
A questão das nacionalizações afasta radicalmente os dois líderes partidários, com Portas a dar um exemplo para recusar a proposta comunista: «A nacionalização do BPN já nos custou 2500 milhões de euros, não é brincadeira nenhuma!».
Jerónimo respondeu que o que se passou no BPN foi uma «nacionalização dos prejuízos».
Portas declarou-se ainda contra «todo o tipo de monopólios, sejam públicos ou privados», em nome da concorrência.
E o secretário-geral do PCP pôs o dedo na ferida: «passe numa auto-estrada e veja aqueles painéis dos preços dos combustíveis. Aquilo é cartelização! Qual concorrência, qual carapuça!».
Por seu turno, Portas deu um exemplo mais feliz da livre concorrência, a das SMS: «Há poucos anos, cada SMS custava 16 cêntimos. Hoje são quase gratuitos».
A mesma visão ideológica invade o debate da Saúde. Jerónimo defende o SNS como «uma conquista de Abril». E Portas pergunta «em nome de que dogma devem os doentes ficar à espera» de tratamento, perante a existência de um sector privado.
Mas alcança-se um meio-termo: ambos defendem que os hospitais das misericórdias podem ajudar no combate às listas de espera.
Na Agricultura, algum acordo: «O seu partido e o meu foram os únicos a abrir a boca para falar dos agricultores», disse Portas a Jerónimo. O alvo é comum: Jaime Silva, o «perdulário».
E finalizam com um apelo ao voto contra o Bloco Central.»
Também podem ver o que na Rua Direita foi dito sobre este debate, com o qual concordo integralmente.
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