quarta-feira, 12 de março de 2008

Constâncio avisa que juros vão subir

A Banca vai cobrar juros mais altos pelo dinheiro que empresta devido à pouca liquidez e à crise do crédito hipotecário de elevado risco. Assim alertou ontem o governador do Banco de Portugal.

Os bancos vão pagar mais caro pelos empréstimos que fazem uns aos outros, o chamado crédito interbancário, o que se reflectirá nas verbas concedidas a entidades particulares e empresariais. O mercado interbancário funciona com base na taxa de juro euribor a vários prazos. A euribor a seis meses, que também serve de indexante à maioria dos contratos de crédito habitacional, voltou a subir recentemente, fixando-se em 4,554 por cento ontem, após vários dias abaixo da barreira dos 4,5 por cento. A 17 de Dezembro último, essa taxa de juro atingiu os 4,949 por cento, o nível mais alto desde o fim de 2000. Vítor Constâncio, ao discursar sobre Banca e mercado de capitais, lembrou que “o custo de financiamento para os bancos vai aumentar, se não houver uma normalização nos mercados internacionais”, e “terá reflexos no preço a que os bancos oferecerem os serviços aos clientes”. Interveio também Fernando Ulrich, presidente do BPI, segundo o qual “os clientes da Banca comercial, em média, “estão melhor do que estavam” antes da crise do crédito hipotecário e da falta de liquidez monetária, “porque estão a receber mais pelos seus depósitos e a pagar menos juros”.


Em declarações aos jornalistas, o presidente do BCP, Carlos dos Santos Ferreira, aludiu à volatilidade das praças financeiras e à subida do custo do risco para os bancos. Por tais motivos, o custo de financiamento dos bancos cresceu “de forma considerável”.


Até agora, o crédito hipotecário de elevado risco fez um rombo de quase 99 mil milhões de euros em mais de 30 bancos norte-americanos, europeus e asiáticos, quer por amortizações quer por incumprimento do pagamento de prestações mensais. Os bancos dos EUA são os mais afectados.


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