sexta-feira, 20 de julho de 2007

Partido Socialista começa a perder militantes históricos

O Tribuna da Madeira desta semana, surpreende-nos com uma entrevista do antigo deputado e ex-vicepresidente da ALM, Dr. Fernão Freitas, que abandonou a militância do Partido Socialista da Madeira.

O Tribuna escreveu o seguinte:


"...O “seguidismo” do PS/M ao Largo do Rato levou Fernão Freitas a perder a paciência. O antigo deputado e ex-vice-presidente da ALM arrasa o aparelho partidário da era Jacinto Serrão e apelida de “fisco” a nova geração de dirigentes socialistas madeirenses e por isso decide abandonar a militância para não ser conotado com a “desconstrução da Autonomia” empreendida pela Rua do Surdo..."


"...A razão principal prende-se com a ausência de “uma matriz autonómica no programa do PS/M” e com uma certa ideia vigente no interior do partido de que “ser socialista na Madeira e defender a Autonomia é um absurdo”. Ora, Fernão arrasa os dogmáticos deste conceito e verbera que “antes de ser político e deputado primeiro é madeirense”..."


E mais...


"...A ideia de virar as costas ao partido ganhou forte impulso quando sentiu “um choque” ao ver os deputados (três) do PS/M na Assembleia da República votarem, de pé, a favor da Lei de Finanças das Regiões Autónomas (LFR), uma lei que sempre considerou “um atentado” à Autonomia, posição que mantém sem reservas. “Nesse momento, pensei: estão a aplaudir de pé a derrota do PS/M”, revela..."


Por outro lado disse também o seguinte:


"...“Esta nova geração de dirigentes até começou mais ou menos bem, mas estragou tudo ao pensar que já tinha tudo na mão, que podia desconsiderar as questões regionais e colocar os mais antigos na gerontologia política. Julguei que esta geração nova traria alguma coisa de novo, que iria dar um novo impulso ao PS, mas acabo a verificar que apenas trouxeram estratégias e manhas velhas. Depois, os que têm a 'chavinha' da máquina partidária acham que têm o dom e a capacidade para defender tudo, mesmo o que não entendem.” ..."


Para além desta entrevista, hoje de manhã fiquei estupefacto com as declarações do recém eleito Presidente do PS-Madeira, Dr. João Carlos Gouveia, que afirmou no Jornal radiofónico das 8:30h, da Antena 1 da RDP, que pessoas como o Dr. Fernão Freitas e o Eng. Duarte Caldeira, deveriam todas sair do Partido, numa logica estranha de saneamento político daqueles que não concordam com a sua liderança, nem com a sua nova estrategia de condução do Partido. Aconselhou vivamente aos seus adversários dentro do PS-M, para abandonarem o mesmo, porque não terão espaço político, neste "Novo PS".


Gostaria também, aproveitando este meu "Post", esclarecer aos amigos socialistas que por cá passam, que no que aqui escrevo não tem nada de particular e pessoal, contra o Dr. João Carlos Gouveia. A titulo pessoal, tenho muito respeito pelo senhor, que sempre que nos cruzamos simpaticamente cumprimenta e de quem nada tenho particularmente apontar. As avaliações que aqui faço são meramente políticas e nada de pessoais.


Feito o esclarecimento, importa também referir que no Blog "Pode ser Liberdade"do Prof. Agostinho Soares, que pelas informações de que disponho fará parte da nova direcção do Dr. João Carlos Gouveia, também num "post" denominado "O Passado Duarte Caldeira", mostra que as palavras do novo Líder do PS-M, são para serem levadas a sério a proposito também duma entrevista que o antigo parlamentar socialista deu a Antena 1 da RDP ontem, também muito critico com a Direcção que sai agora de Jacinto Serrão / Vítor Freitas e claro desta nova liderança que entra, que como tive também oportunidade de ouvir por parte do engenheiro, "desgraçará o que resta do PS-Madeira".


O que é de facto evidente é que adivinhasse uma saída em massa de militantes socialistas, que engrossarão talvez, as filas do também socialista MPT ou então serão eventualmente recrutados para o PSD, tal como no passado.


Para mim, como é evidente tanto me faz se o PS-M perde ou não dirigentes e militantes históricos. Também pouco importa-me se o PS-M, venha a tornar-se num Partido residual ou não. O que verdadeiramente importa é que a fragilização contínua do PS, só tem vindo lamentalvente beneficiar o PSD de AJJ. Pondo em causa sistematicamente a eventualidade de algum dia termos nesta terra a tão desejada alternância política, que a partida poderia ajudar a evitar os tais desvios do sistema que o agora líder do PS-M, diz vai atacar e denunciar.


Só espero que no futuro a terra não queime muito!!!...


E que fique alguma coisa em pé!!!...

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