Segundo o "SOL", um diário chinês dá conta de um casal que, após 10 meses de matrimónio, se divorciou para «dedicar mais tempo aos seus amantes», exemplificando as consequências sociológicas de um dos maiores dramas do país.
Li Lei e Wang Yang já são tidos como exemplo da ‘geração dos filhos únicos’, um fenómeno estudado da China que afecta as classes média e alta, e cuja consequência mais dramática é a incapacidade de criar laços afectivos.
«Os casamentos na elite chinesa servem mais para reunir fortunas do que para criar uma relação afectiva. Quando surge alguém nas suas vidas que lhes oferece melhores perspectivas, alguns – como Li e Wang – não perdem tempo, e separam-se», explicam os sociólogos, através daquele que é um case study.
Desde 1979 que as famílias só podem ter um filho e, por isso, são educados – leia-se mimados – de forma extremosa pelos seus pais e avós. Um extremo material, que não é acompanhado na afectividade familiar.
As consequências dramáticas desta lei nas famílias mais pobres já se haviam divulgado, com inúmeras crianças abandonadas, entregues em orfanatos e, em muitos casos, mortas pelos próprios familiares, que assim evitam penas legais.
Já nos lares mais abastados, os jovens «são muito frágeis para criar laços afectivos horizontais e comunicar com outras pessoas da sua geração», explica o psiquiatra Fucius Yunlan. Em alternativa, os chineses verticalizam as relações, criando-as de forma sucessiva, colhendo esta geração um terço dos divórcios das zonas urbanas chinesas.
Ainda assim, e segundo os especialistas, Li Lei e Wang Yang nem serão dos exemplos mais escandalosos: «Muitos destes casamentos acabam após uma semana ou poucos meses».
Sem comentários:
Enviar um comentário