O Presidente venezuelano, Hugo Chavez, ameaçou deixar de fornecer petróleo aos países europeus que apliquem a directiva da União Europeia sobre o regresso dos ilegais, votada quarta-feira pelo Parlamento Europeu.
A controversa lei, a "Directiva do Retorno", harmonizará a nível comunitário as regras para o repatriamento de imigrantes ilegais e deverá entrar em vigor em 2010. Entre as principais disposições da directiva, conta-se o estabelecimento de um prazo máximo durante o qual os imigrantes ilegais podem ficar detidos, que será de seis meses, ampliáveis a 18 em casos excepcionais.
"O nosso petróleo não devia ir para esses países europeus", declarou o chefe de Estado venezuelano durante unma conferência de imprensa. Da mesma forma que os países europeus vão decidir repatriar os imigrantes indocumentados para os seus países de origem, os países da América Latina poderão por seu lado decidir "o regresso dos investimentos europeus", declarou Chavez.
"Pelo menos a Venezuela", disse, antes de acrescentar: " Não precisaremos deles aqui", disse.
O governante manifestou a esperança de que "os Governos europeus se pronunciem contra "essa decisão e questionou: "se a forem aplicar para quê mais cimeiras com a União Europeia?".
Em La Paz, o Presidente boliviano, Evo Morales, propôs hoje à América Latina e à África conduzir uma campanha internacional para obter a retirada da Directiva da União Europeia sobre o regresso dos ilegais. Primeiro dirigente de origem andina daquele país, o mais pobre do continente sul-americano, Morales apelou aos países africanos e latino-americanos para combaterem a directiva que "atenta contra a vida e os direitos das pessoas".
"Pensamos em conduzir uma campanha internacional a fim de reverter a situação. Que os deputados europeus que aprovaram esta 'Directiva do Retorno' falem com o coração", declarou, durante uma conferência perante a imprensa internacional em La Paz.
O Presidente boliviano anunciou que a primeira etapa desta campanha ocorrerá por ocasião da cimeira do Mercosul, o mercado comum norte-americano, previsto para 1 de Julho em Tucuman na Argentina. Entre as principais disposições da directiva, conta-se o estabelecimento de um prazo máximo durante o qual os imigrantes ilegais podem ficar detidos, que será de seis meses, ampliáveis a 18 em casos excepcionais. O embaixador de França em La Paz, Alain Fouquet, cujo país vai assumir a 1 de Julho a presidência da União Europeia, declarou quarta-feira que a UE manterá negociações comerciais com os Países da Comunidade Andina (Peru, Colômbia, Equador e Bolívia) apesar da directiva europeia porque isso não impede de forma alguma negociações de bloco a bloco. "Estamos prontos a discutir porque a directiva (sobre o retorno) não impede próximas negociações e acordos", afirmou Fouquet.
As negociações entre a UE e os Países da Comunidade Andina estão num impasse devido às divergências profundas entre o Peru e a Colômbia, partidários do liberalismo, e a Bolívia (socialista) e em menor medida o Equador que tem uma abordagem mais estatal da economia.
Fonte Público
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