O arquitecto Álvaro Siza Vieira revelou hoje que está a elaborar a última etapa do plano de reconstrução do Chiado, 20 anos depois do incêndio que destruiu a zona, projectando uma nova ligação pedonal a pedido da autarquia.
Este era o único objectivo que faltava cumprir do Plano para a Reconstrução da Área Sinistrada, que foi coordenado pelo arquitecto a partir de 1991, depois das chamas terem consumido aquela área nobre da cidade de Lisboa.
«De modo geral, os objectivos do plano foram cumpridos», recordou Siza Vieira, que se mostrou honrado com o facto da autarquia o ter convidado agora para concluir este programa de intervenção arquitectónica que ele próprio iniciou.
«Agora, estou a trabalhar no projecto que faltava e isso satisfaz-me», explicou, salientando que foi «convidado pelo novo executivo camarário para fazer a ligação pedonal entre um pátio criado nas traseiras de alguns prédios da Rua do Carmo e o Convento».
O novo percurso «vai recuperar um pátio sem saída» numa zona da cidade que «continua a desenvolver-se independentemente de desenhos e planos».
Vinte anos depois do incêndio, Siza Vieira considera «evidente» que existe «outro movimento e outra qualidade urbana no Chiado», apesar da recuperação ainda ser um processo em curso.
«O factor tempo é sempre importante para reequilibrar uma zona que sofre uma transformação grande», neste caso provocada pelo «incêndio das dimensões do que em Agosto de 1988 deflagrou no Chiado», disse o arquitecto.
«O factor tempo é sempre importante para reequilibrar uma zona que sofre uma transformação grande», neste caso provocada pelo «incêndio das dimensões do que em Agosto de 1988 deflagrou no Chiado», disse o arquitecto.
O Chiado está reabilitado, mas, para Siza Vieira, ainda há muitas zonas «em perigo» na cidade de Lisboa.
Para o arquitecto, as áreas que, em Lisboa e um pouco por todo o país, precisam de ser reabilitadas de forma mais urgente são «todas aquelas onde existe desertificação».
Foi essa mesma desertificação «uma das razões para que o incêndio do Chiado tenha atingido aquelas proporções», recordou o arquitecto que não tenciona repetir esta experiência de intervir numa zona afectada por uma catástrofe semelhante.
«São trabalhos muito absorventes e que exigem uma presença contínua», justificou.
Diário Digital /LUSA
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