terça-feira, 9 de setembro de 2008

PP lança desafio para outras prioridades

O líder do CDS/PP na Madeira diz que a agenda para o próximo ano político, em vez da revisão constitucional, deveria ter como prioridade outras matérias ligadas às questões de natureza social e económica da Região.

O Partido Popular assinalou, ontem, a sua reentrada no novo ano político, como habitualmente, na festa dos Romeiros, no Chão dos Louros. E foi num ambiente de arraial tradicional madeirense que o líder regional dos populares lançou um desafio ao PSD, no âmbito da revisão constitucional.

Tal como afirmou José Manuel Rodrigues, «este final de ano político e início deste novo, tem sido marcado pela questão da revisão constitucional posta na agenda política pelo líder do PSD e presidente do Governo Regional. Por isso, hoje, queria fazer um desafio ao PSD e ao seu líder e presidente do Governo, para que antes da revisão constitucional que virá a seu tempo possamos discutir o estado político social e económico da Região, que não é nada fabuloso».

Segundo José Manuel Rodrigues, nós assistimos na Madeira ao empobrecimento da classe média, devido ao aumento das taxas de juro e do custo de vida. Há centenas de famílias na Madeira a perderem as suas casas para os bancos. As famílias da Região são aquelas do país que têm menor rendimento anual. Os salários são também inferiores à média nacional. Cerca de 19% da população da Madeira está em risco de pobreza. Temos quase nove mil pessoas no desemprego. Há grandes dificuldades nas pequenas e médias empresas e as falências aumentaram 40%».

Para os populares, «é preciso encontrar soluções no próximo orçamento regional, e este debate é que tem de ser feito antes da revisão constitucional, no sentido de aliviar a carga fiscal sobre os cidadãos e as famílias através do IRS — e a Madeira tem competências nesta matéria — e em termos de IRC, para aliviar os impostos sobre as empresas».

Além disso, José Manuel Rodrigues diz também que é necessário «uma grande fiscalização para se saber porque é que havendo o POSEIMA — um programa comunitário de apoio para que os preços dos bens essenciais na Madeira sejam mais baixos que no continente — afinal os preços até são mais altos. E também se saber porque é que nós, tendo um IVA de 30% inferior ao que é praticado no continente, afinal isso não se repercute nos preços. Antes pelo contrário, na Madeira assiste-se a que os salários e as pensões vão pela escada, o custo de vida e o aumento de preços vão de elevador».

Sobre a ausência da Madeira no Conselho Nacional do CDS/PP, José Manuel Rodrigues disse tratar-se de uma questão de «lana caprina que deve ser resolvida pelos rapazes do continente que dirigem o CDS. O CDS da Madeira é cada vez mais autónomo e independente ao partido a nível nacional».

Jornal da Madeira

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