domingo, 3 de junho de 2007

A alimentação das nossas crianças pelos vistos muito "doce"

"Um estudo realizado em Lisboa concluiu que apenas uma em 27.500 crianças estudadas num projecto não ingeria açúcar ao pequeno-almoço. Os resultados, alarmantes, deixaram ver que os mais novos estavam a ingerir alimentos que não eram os mais indicados na primeira refeição do dia..."

"...De acordo com nutricionistas, o pequeno-almoço deve conter alimentos como o leite ou iogurte, pão de mistura rico em fibras barrado com margarina ou creme vegetal e uma peça de fruta.Os resultados do estudo indicam que apenas 12,4 por cento das crianças inquiridas tomam um pequeno-almoço com algumas escolhas saudáveis, mas não na sua totalidade, dado que alguns dos alimentos referidos pelos inquiridos continham açúcar.Os alimentos que as crianças referiram como sendo os mais frequentes ao pequeno-almoço foram o pão com manteiga (47 por cento), bolachas (54,1 por cento) e fruta (37,3 por cento).Quanto às bebidas, 47,2 por cento das crianças indicou ser habitual beber leite com chocolate ao pequeno-almoço, 39,5% leite simples, 13,2% leite com café, 4,5% sumos de pacote e 3% sumos com gás.Outra das conclusões do estudo foi que 84,9 por cento das crianças inquiridas passam no mínimo 11 horas em jejum por saltarem refeições, nomeadamente antes de deitar ou a meio da manhã.Helena Cid, a nutricionista envolvida no projecto, considerou os resultados obtidos "alarmantes", sendo "necessário actuar contra a obesidade infantil e a má alimentação das crianças"...."


"...O nutricionista Bruno Sousa foi convidado a responder a algumas questões e fala de um estudo realizado numa população escolar do Funchal, em 2003, envolvendo jovens dos 9 aos 17 anos de idade, verificando-se que só 84,5% dos alunos tomava o pequeno-almoço diariamente, 18,9% omitia a merenda da manhã e 17% a merenda da tarde.Para aquele profissional de saúde, o pequeno-almoço é uma refeição essencial, que nunca deve faltar, para atenuar o período de jejum nocturno prolongado e disponibilizar a energia necessária para as primeiras horas do dia. A sua omissão pode provocar alterações metabólicas a nível cerebral, resultante de um longo período de jejum, diminuir a capacidade de atenção, concentração e de raciocínio lógico e causar dificuldades em pensar, compreender e aprender, razões muitas vezes suficientes para perturbar a sala de aula, reduzir o rendimento da turma e afectar os resultados escolares. Para além disso, continua o nutricionista, pode acarretar défices nutricionais, que se reflectem no crescimento e desenvolvimento das crianças e jovens, e provocar alguma irritabilidade e até alterações de humor. Pelo contrário, a toma do pequeno-almoço, possibilita um melhor estado nutricional, propicia melhores resultados cognitivos e combate o excesso de peso e a obesidade.Em relação a estudos alimentares feitos com crianças e jovens na nossa Região, Bruno Sousa refere que na Madeira têm sido realizados alguns estudos no âmbito da alimentação e da avaliação do estado nutricional da população, de várias faixas etárias. Além disso, afirma, “muitos destes trabalhos têm sido publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, revelando a sua qualidade”. A conluir, portanto, “penso que estamos no bom caminho” .


Jornal da Madeira

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