sexta-feira, 22 de junho de 2007

Entrevista pedida por JCG no Tribuna: “A minha candidatura foi forjada com o objectivo de criar condições para que não aparecesse outra”

Quem passou os olhos por esta entrevista a pedido do Candidato a Líder do Partido Socialista Madeira ao Tribuna da Madeira, deve ter ficado como eu. Estupefacto!..

Vejam algumas passagens da mesma cá, mas se entretanto quiserem ler tudo poderão faze-lo através do seguinte "link".


Relativamente a possíveis comentários, não me atrevo a faze-los, a entrevista fala por si!...




“A minha candidatura foi forjada com o objectivo de criar condições para que não aparecesse outra”


"...Nesta entrevista – feita por escrito, à pedido do próprio – João Carlos Gouveia comenta de forma enigmática a falta de apoio dos dirigentes do PS/M em relação à sua candidatura. Recusa ainda a ideia de vir a ser “carne para canhão”..."


"...Tribuna - A sua candidatura foi acusada de ter beneficiado da máquina do partido e, como tal, não ter havido um clima de democracia ao nível interno. Como responde a essas críticas?

JCG - Nunca fui presidente do PS-Madeira. Nunca pertenci aos seus órgãos executivos. As minhas propostas de acesso de todos os militantes às listas do partido foram sempre derrotadas, em especial por quem agora faz tais afirmações. Não tive apoio da direcção. E recusaria se mo pretendessem dar..."


"...Tribuna - É verdade ou não que a sua candidatura teve a colaboração do funcionário que gere as listas de militantes do partido, tal como denunciou José António Cardoso?

JCG - Um absurdo. Se isso acontecesse teria vergonha de mim mesmo. A candidatura foi forjada da minha experiência no terreno, com um objectivo determinado e claro para todos: criar condições para que não aparecesse outra candidatura..."


"...Tribuna - Um dos principais problemas apontados ao PS/M é o facto de os interesses pessoais se sobreporem aos do partido, criando um clima de conflito recorrente. Concorda com essa análise? Se sim, como pretende alterar a situação?

JCG - Não. O grande problema reside na relação de cada militante e do partido no seu todo com os poderes regionais. Conhecemos muito mal o nosso adversário e fingimos desconhecer o que se passa à nossa volta: a génese e a consolidação do regime autonómico. A crise está ao nível da política e dos seus valores subjacentes. E na hierarquia de valores, o que é que vem em primeiro lugar? Por exemplo, fizemos uma boa escolha termos votado a favor de um Estatuto, em muitas matérias, ferido de inconstitucionalidades grosseiras?

Podemos ficar silenciados perante a corrupção? Podemos ficar indiferentes com os sistemáticos atropelos à lei? E a justiça? Os magistrados judiciais e os magistrados do Ministério Público têm cumprido eficazmente o seu papel? A endémica falta de meios, justifica a sua perceptível inacção na defesa da legalidade e no combate à corrupção?

Falta-nos, muitas vezes, força, convicção e coragem. O discurso único, porque controlador e totalitário, nas palavras de Agostinho Soares, conquistou toda a sociedade, todas as instituições e todos os principais órgãos de comunicação social, e não estão imunes também todos os partidos da oposição.

Este é que é o grande problema. Que espera o PS-Madeira de si próprio? Que esperam os madeirenses do PS-Madeira?..."


"... Tribuna - O que se poderá esperar da sua liderança? Será marcada pelo tom impulsivo e, por vezes, radical, que tem caracterizado o seu discurso?

JCG - Da minha liderança? Muito, muito trabalho. A alegria de cumprir bem o meu dever. Com duas certezas: os homens são seres finitos e limitados; ninguém, pela sua congénita imperfeição moral, pode construir o paraíso na terra..."


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