«Antes que venha a ILGA, ou outro qualquer lóbi "gay", acusar-me da costumeira homofobia ou coisas do estilo, permitam-me que diga o seguinte: sou, no geral, contra qualquer discriminação, nomeadamente contra a discriminação de homossexuais.
Isto passa por defender, como absolutamente legítimo e inquestionável, a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos o mesmos direitos do que os outros casais. E digo mais ou menos porque há um direito que eu sei que eles não devem ter: o de adoptar crianças. Reparem que eu jamais direi que um casal homossexual, só por o ser, não sabe tratar crianças com amor e com todos os requisitos de que elas necessitam. Mais: defendo - e defendi, numa crónica neste jornal quando a questão concreta se pôs - que um tribunal não pode tirar um filho ao seu pai ou mãe natural baseado no facto de ele (ou ela) ser homossexual.
Apenas digo que o Estado, ou quem guarda as crianças a adoptar, não deve discriminar nenhuma delas entregando-a a um casal que não está dentro da norma (no sentido em que a norma, encarada do ponto de vista meramente estatístico, é o casal heterossexual). Aliás, quando o primeiro-ministro, criticando Manuela Ferreira Leite, considerou 'pré-moderno' afirmar que o casamento se destina à procriação, eu permito-me discordar. Não é pré-moderno, é da condição humana.
Todos nós ao cimo da terra somos filhos de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães. O Estado pode legislar contra este facto da natureza, mas é arrogante pensar que pode alterá-lo na sua essência.
De resto, a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual é, a meu ver, muito mais condenável do que não chamar 'casamento' à união que consagra os direitos de dois homossexuais.
Acrescentaria, ainda, que uma lei de coabitação bem feita poderá perfeitamente servir. Com a vantagem de o Estado não necessitar de saber quem é homossexual e quem apenas vive junto por necessidade económica, amizade pura ou outro qualquer aspecto que só ao próprio diz respeito.
Resolver problemas na prática é a finalidade da política. Se permitir todos os direitos menos o da adopção (como parece ser a disposição do PS e do PSD), não se pode chamar a essa junção 'casamento', como pretendem certos políticos convencidos da sua modernidade. A insistência no nome apenas revela a agenda escondida, ou seja, a adopção de crianças por homossexuais. E isso seria de uma estupidez imperdoável.»
Isto passa por defender, como absolutamente legítimo e inquestionável, a possibilidade de os casais homossexuais terem mais ou menos o mesmos direitos do que os outros casais. E digo mais ou menos porque há um direito que eu sei que eles não devem ter: o de adoptar crianças. Reparem que eu jamais direi que um casal homossexual, só por o ser, não sabe tratar crianças com amor e com todos os requisitos de que elas necessitam. Mais: defendo - e defendi, numa crónica neste jornal quando a questão concreta se pôs - que um tribunal não pode tirar um filho ao seu pai ou mãe natural baseado no facto de ele (ou ela) ser homossexual.
Apenas digo que o Estado, ou quem guarda as crianças a adoptar, não deve discriminar nenhuma delas entregando-a a um casal que não está dentro da norma (no sentido em que a norma, encarada do ponto de vista meramente estatístico, é o casal heterossexual). Aliás, quando o primeiro-ministro, criticando Manuela Ferreira Leite, considerou 'pré-moderno' afirmar que o casamento se destina à procriação, eu permito-me discordar. Não é pré-moderno, é da condição humana.
Todos nós ao cimo da terra somos filhos de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães. O Estado pode legislar contra este facto da natureza, mas é arrogante pensar que pode alterá-lo na sua essência.
De resto, a discriminação que sofreria uma criança entregue a um casal homossexual é, a meu ver, muito mais condenável do que não chamar 'casamento' à união que consagra os direitos de dois homossexuais.
Acrescentaria, ainda, que uma lei de coabitação bem feita poderá perfeitamente servir. Com a vantagem de o Estado não necessitar de saber quem é homossexual e quem apenas vive junto por necessidade económica, amizade pura ou outro qualquer aspecto que só ao próprio diz respeito.
Resolver problemas na prática é a finalidade da política. Se permitir todos os direitos menos o da adopção (como parece ser a disposição do PS e do PSD), não se pode chamar a essa junção 'casamento', como pretendem certos políticos convencidos da sua modernidade. A insistência no nome apenas revela a agenda escondida, ou seja, a adopção de crianças por homossexuais. E isso seria de uma estupidez imperdoável.»
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Devo dizer que sobre esta matéria subscrevo na integra esta opinião.
Melhor impossível!!!...
Por isso não aos "casamentos gay".
5 comentários:
sr. Roberto,
Leia isto:
O líder dos Socialistas Católicos, Cláudio Anaia, demarcou-se hoje da posição da Juventude Socialista (JS) de defesa do casamento homossexual, considerando que se trata de uma proposta «aberrante»
«Esta não é uma proposta fracturante, mas sim aberrante», refere Cláudio Anaia, em comunicado enviado à Lusa.O novo líder da JS, Duarte Cordeiro, eleito este fim-de-semana no Congresso dos 'jotas' socialistas que decorreu no Porto, já assumiu que a consagração da possibilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo vai continuar a ser uma 'bandeira' daquela estrutura.
Em declarações à Lusa, o líder dos Socialistas Católicos, que é também militante Honorário da JS, demarca-se, contudo, da posição dos 'jotas', sublinhando que «o casamento é uma instituição que, mesmo no plano civil, é celebrada entre pessoas de sexo diferente».Além disso, acrescenta, «à ideia de casamento está indissociável a constituição de uma família, que possa haver filhos, com pai e mãe».«Não ponho em causa que existam outras figuras que defendam os legítimos interesses de duas pessoas homossexuais que vivam juntas, mas não se chame a isso casamento e muito menos colocar crianças à mistura», salienta o líder dos Socialistas Católicos, dizendo não perceber a posição da JS de defender «acerrimamente o casamento em vez das uniões de facto» de homossexuais.
«É verdade que o Estado não tem que se intrometer na esfera privada dos cidadãos, mas tem que fazer respeitar as leis, sob pena de passarmos a viver numa ditadura do relativismo, onde tudo é permitido e nada é proibido», defende ainda Cláudio Anaia.Na nota, o líder dos Socialistas Católicos questiona também qual o «limite para a vida em sociedade».«Qual o limite para a vida em sociedade? Porque permitir o casamento entre homossexuais e não permitir a poligamia aceite, por exemplo, noutras sociedades? Ou o casamento incestuoso?», interroga
Noticia Jornal o SOL ( 20-07-2008)
Isto dá resposta a comparação miserável que o sr. Tino faz no seu blog Farpas da Madeira (http://farpasdamadeira.blogspot.com/2008/07/adopo-por-parte-de-pretos.html).
Ainda bem que foi um socialista a dar uma resposta adequada.
O mais curioso nisto tudo é que andamos a discutir semântica e definições legais.
O que mais interessa aqui é a questão de conteúdo, ou seja, a aquisição de direitos, e é neste ponto que se deverá dar a verdadeira discussão.
No fundo o que se quer saber é se uma união que não cumpra os ditames legais actuais (sexo diferente, maiores de 16, proibição dos graus de parentesco na linha recta vertical e até ao 4º na horizontal, não incapazes ou inabilitados, etc.), poderá ser validada como "casamento" e adquirir os direitos e deveres que dele advém (sociais, fiscais, sucessórios, etc.)
Esta é a verdadeira discussão e que deve ser encarada não como uma bandeira numa luta de géneros mas como uma alteração legislativa cuja necessidade poderá ser sentida pela sociedade.
Em última circunstância, e na incapacidade de votação no Parlamento, baixem ao povo. Façam um referendo.
E porque não?
Porque os direitos básicos não são referendáveis, nem faz sentido perguntar a maiorias sobre direitos das minorias. Por outras palavras o que é inquestionável não é referendável.
Imagine que os seus vizinhos do lado são um casal homosexual. Quer mesmo fazer um referendo para decidir se essa relação de facto deve ser entendida como um contrato plenamente reconhecido? Em que é que isso lhe diz directamente respeito? Para eles representa no minimo o direito à herança dos bens comums, algo inquestionável para os Portugueses casados. Com que direito é que se pode negar isso?
O estado é laico, façam casamentos na Igreja, e contratos nas conservatórias... Sejam plenamente democráticos!
Humberto
Caro Pedro Sá,
Haverá certamente quem ache a expressão "Socialistas Católicos" aberrante. Eu apenas respeito a opinão dos outros, e não questiono a liberdade de expressão, por ser um direito tão inquestionável quanto o tratamento civil igual de todos os cidadãos!
Esperem pela próxima legislatura!
Nesta não há discussão, o próprio PS acabou com ela!!!..
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