quarta-feira, 16 de julho de 2008

«FARC ...»

«Ninguém gosta das FARC. Nem sequer a população colombiana, em nome da qual as FARC sequestram e traficam. Segundo leio na "Economist", 80% dos colombianos apoiam a política de Álvaro Uribe, o Presidente local que pretende exterminar os terroristas e que, nos últimos anos, tem conseguido dizimar o grupelho.

Felizmente, o nosso PCP, sempre atento aos desvalidos deste mundo e prolongando a sua imaculada simpatia por lunáticos, não pretende deixar as FARC sem uma palavra de apoio. Na passada semana, e a propósito da libertação de Ingrid Betancourt depois de seis anos de cativeiro, o PCP recusou-se a celebrar o feito.

Fez bem. Noções de "humanidade" e "compaixão" tresandam a sentimentalismo burguês. E a libertação da ex-senadora permite, coisa intolerável, que a senhora possa reunir-se com a sua "família", essa instituição intrinsecamente reaccionária. O PCP preferia, presume-se pelo tom e pelo conteúdo da reacção oficial, que Ingrid Betancourt continuasse como um bicho, enfiada na selva e submetida à crueldade do grande comandante Enrique. Isso, sim, seria uma vitória para o proletariado internacional. O PCP, lembro, tem assento parlamentar e é, relembro, um partido levado a sério na política lusitana.

Mas se o PCP não disfarça o seu arcaísmo, existem outros beneméritos que conseguem ser mais sofisticados. Bastou ouvi-los nos dias imediatamente seguintes à libertação. Uma mulher inocente tinha sido resgatada do inferno? Pouco importava. O que importava era saber se o Presidente Uribe armou o resgate com apoio americano. Raciocínio exemplar: a libertação de uma mulher inocente não é um facto objectivamente positivo. É um pormenor relativo.
A bondade do acto depende da nacionalidade dos libertadores.

Verdade que o Governo colombiano negou veementemente qualquer participação americana. Mas eu, pelo sim, pelo não, investigava a fundo e só depois decidia. Caso houvesse mão americana, era só agarrar na sra. Betancourt e atirá-la de volta para a selva. Batota não vale.
...»

Parte do artigo de opinião de João Pereira Coutinho no Expresso

2 comentários:

Anónimo disse...

Crise? Qual Crise?
Vejamos o que os dados oficiais dizem sobre a situação na Madeira:

- perdeu 500 milhões em fundos da UE;

- metade das explorações agrícolas desapareceram;

- o volume de pescado diminuiu e a região é a 2.ª com menos pescadores;

- a contrução diminui à média de 12,3% ao ano;

- o número de falências aumentou 40%;

- a taxa de desemprego atinge os 6,8%, o nível mais alto desde há 30 anos;

- cerca de 22% da população, 22 mil madeirenses, estão na pobreza;

- a divída pública regional é já 600 Milhões. Isto é 75% do PIB empolado, ou 95% do PIB real depois de descontado os 21% que se referem à Zona Franca;

- em 2000 os impostos pesavam 56% nas receitas, em 2006 o peso dos impostos para os madeirenses era já de 65% e a aumentar;

- IRS e IRC são cerca de 17% mais elevados do que nos Açores;

- os produtos de 1.ª necessidade são mais caros devido ao modelo de gestão dos portos;

- a gasolina sem chumbo 95 custa mais 12% do que nos Açores; a gasolina 98 custa mais 13,4%; o gasóleo rodoviário mais 43,5%; o gasóleo agrícola mais 63,3%; o gasóleo para as pescas mais 66,2%;

- o ordenado minímo cresceu apenas 2% enquanto que cresceu 5% nos Açores.

In http://farpasdamadeira.blogspot.com/

Roberto Rodrigues disse...

Ao Anónimo,

Tenha calma que ao seu devido tempo também vou falar do assunto!!!...

Mas, posso adiantar, que nesta matéria, também tenho uma opinião muito próxima aos senhores do Farpas.

RR