«Ninguém gosta das FARC. Nem sequer a população colombiana, em nome da qual as FARC sequestram e traficam. Segundo leio na "Economist", 80% dos colombianos apoiam a política de Álvaro Uribe, o Presidente local que pretende exterminar os terroristas e que, nos últimos anos, tem conseguido dizimar o grupelho.
Felizmente, o nosso PCP, sempre atento aos desvalidos deste mundo e prolongando a sua imaculada simpatia por lunáticos, não pretende deixar as FARC sem uma palavra de apoio. Na passada semana, e a propósito da libertação de Ingrid Betancourt depois de seis anos de cativeiro, o PCP recusou-se a celebrar o feito.
Fez bem. Noções de "humanidade" e "compaixão" tresandam a sentimentalismo burguês. E a libertação da ex-senadora permite, coisa intolerável, que a senhora possa reunir-se com a sua "família", essa instituição intrinsecamente reaccionária. O PCP preferia, presume-se pelo tom e pelo conteúdo da reacção oficial, que Ingrid Betancourt continuasse como um bicho, enfiada na selva e submetida à crueldade do grande comandante Enrique. Isso, sim, seria uma vitória para o proletariado internacional. O PCP, lembro, tem assento parlamentar e é, relembro, um partido levado a sério na política lusitana.
Mas se o PCP não disfarça o seu arcaísmo, existem outros beneméritos que conseguem ser mais sofisticados. Bastou ouvi-los nos dias imediatamente seguintes à libertação. Uma mulher inocente tinha sido resgatada do inferno? Pouco importava. O que importava era saber se o Presidente Uribe armou o resgate com apoio americano. Raciocínio exemplar: a libertação de uma mulher inocente não é um facto objectivamente positivo. É um pormenor relativo.
A bondade do acto depende da nacionalidade dos libertadores.
Verdade que o Governo colombiano negou veementemente qualquer participação americana. Mas eu, pelo sim, pelo não, investigava a fundo e só depois decidia. Caso houvesse mão americana, era só agarrar na sra. Betancourt e atirá-la de volta para a selva. Batota não vale.
...»
Parte do artigo de opinião de João Pereira Coutinho no Expresso
2 comentários:
Crise? Qual Crise?
Vejamos o que os dados oficiais dizem sobre a situação na Madeira:
- perdeu 500 milhões em fundos da UE;
- metade das explorações agrícolas desapareceram;
- o volume de pescado diminuiu e a região é a 2.ª com menos pescadores;
- a contrução diminui à média de 12,3% ao ano;
- o número de falências aumentou 40%;
- a taxa de desemprego atinge os 6,8%, o nível mais alto desde há 30 anos;
- cerca de 22% da população, 22 mil madeirenses, estão na pobreza;
- a divída pública regional é já 600 Milhões. Isto é 75% do PIB empolado, ou 95% do PIB real depois de descontado os 21% que se referem à Zona Franca;
- em 2000 os impostos pesavam 56% nas receitas, em 2006 o peso dos impostos para os madeirenses era já de 65% e a aumentar;
- IRS e IRC são cerca de 17% mais elevados do que nos Açores;
- os produtos de 1.ª necessidade são mais caros devido ao modelo de gestão dos portos;
- a gasolina sem chumbo 95 custa mais 12% do que nos Açores; a gasolina 98 custa mais 13,4%; o gasóleo rodoviário mais 43,5%; o gasóleo agrícola mais 63,3%; o gasóleo para as pescas mais 66,2%;
- o ordenado minímo cresceu apenas 2% enquanto que cresceu 5% nos Açores.
In http://farpasdamadeira.blogspot.com/
Ao Anónimo,
Tenha calma que ao seu devido tempo também vou falar do assunto!!!...
Mas, posso adiantar, que nesta matéria, também tenho uma opinião muito próxima aos senhores do Farpas.
RR
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