segunda-feira, 14 de julho de 2008

Quais diferenças??!...

Nos últimos tempos os Socialistas cá da praça, em especial os que na blogoesfera regional navegam, tem tentado passar a ideia de que nos Açores o Governo Socialista de Carlos César é melhor que o Governo de Jardim.

Gráficos, quadros e uma data de outras coisas são apresentadas quase que diariamente e repetidamente por todos esses blogs, parecendo algo concertado, mas se calhar é mera coincidência!!?...


Porém ontem estive a ler um "post" do Paulo Estevão, no Blog "Câmara de Comuns", que me faz pensar novamente nas semelhanças entre Jardim e César e claro nas semelhanças nas políticas entre PS e PSD, que indiferentemente do estilo (esse sim verdadeiramente diferente), tudo o resto é igual. Por isso, não me canso de referir que neste País, de norte a sul e nas ilhas, entre o PS e o PSD, não há grandes diferenças, são todos farinha do mesmo saco, que só querem é alternar-se no poder, para continuarem a servir as suas clientelas e manterem o poder entre eles, tudo o resto é só para enganar o Povo!!!...


Fica aqui o "Post":


"O Totalitarismo do PS/Açores


A história está cheia de exemplos de governos, inicialmente bem-intencionados, que se transformaram, com o passar do tempo, em ditaduras ou regimes autoritários.
Quando, como e porquê revolucionários libertadores, como o Fidel Castro ou Che Guevara, ou pais da pátria, como Robert Mugabe ou Agostinho Neto, se transformaram em ditadores e opressores dos seus povos?A resposta a estas questões é essencial para compreender o processo de criação e evolução dos regimes não democráticos, a partir de uma base inicial de apoio e legitimidade popular.


Vejamos o caso de Carlos César e dos Açores. Em 1996, ele representava o desejo de mudança para uma parte importante dos açorianos, asfixiados pelo longo monopólio, por parte do PSD-A (20 anos), do poder regional.O então jovem líder do PS-A centrou a sua campanha na defesa do pluralismo político, da liberdade e da democracia. Criticava a arrogância política do PSD e a sua longa permanência no poder.


Apresentava-se como o campeão da alternância democrática e, no auge da campanha de 96, chegou mesmo a prometer não permanecer no poder mais de dois mandatos. Era o contraponto perfeito aos líderes políticos do PSD-A que ele acusava de práticas ditatoriais e de apego ao poder.


O símbolo da mudança, do desapego ao poder e às suas mordomias, ganhou as eleições em 1996, destronando assim o PSD-A. O resto é história. Após uma breve abertura política, o PS-A iniciou um processo de monopolização do poder que se tem vindo, cada vez mais, a acentuar.


Considero que, actualmente, o projecto e a prática política do PS-A são de cariz totalitário.
Em primeiro lugar, temos o culto do chefe e o reconhecimento universal do carácter incontestável da sua autoridade. O Carlos César dos 99,6 % não sofre qualquer contestação interna, quer no partido, quer no Governo. Não se ouve uma só voz, dentro do PS-Açores, que se atreva a esboçar a menor crítica, mesmo que residual. Nas ilhas mais pequenas – as da coesão – os militantes do PS-Açores não se atreveram a exteriorizar a menor discordância, apesar do evidente fracasso da política de coesão. Resultado, chapa 100% em todas.


O registo geral das intervenções públicas dos responsáveis do regime sobre Carlos César é o da veneração e da glorificação. O tom e as metáforas utilizadas lembram os piores momentos de regimes como o de Ceausescu ou o de Enver Hoxha.


Nada, absolutamente nada, distingue – para além da ausência de violência física – o culto dedicado ao líder pelo PS/Açores, do praticado historicamente por outras organizações partidárias totalitárias, como a União Nacional ou a Falange.


Os próprios responsáveis governamentais do PS-Açores não possuem verdadeira vontade própria. São cada vez mais habituais as declarações em que estes confessam que estão aplicando uma espécie de leis mentais do grande líder: “era o sonho do Presidente”, por “manifesta vontade do Presidente”, etc.


Em segundo lugar, temos a construção ideológica do regime. O PS-Açores, pela boca do seu líder, não aspira a representar uma só corrente ideológica, o socialismo democrático, como era pressuposto. Pelo contrário, Carlos César possui uma visão corporativa do regime. O PS-Açores “representa todos os socialistas e os não socialistas”. A única diferença que se pressupõe a aceitar é a ténue diferença entre “os mais e os menos socialistas”.


O discurso de Carlos César contempla todas as variáveis ideológicas. Para ele, os que criticam os lucros excessivos da banca e dos seus administradores são “fariseus”. Para os pobres e remediados promete os “bolsos cheios” para a prática, sempre filantrópica, da pesca eleitoral à linha. Isto é socialismo?


A alternativa ao PS-Açores “não pode, nem deve, ser protagonizada pela oposição”. Para Carlos César, “a alternativa ao PS-Açores é o próprio PS-Açores”. Qual é a diferença entre este discurso e o discurso corporativo e totalitário de Oliveira Salazar? Nenhuma, absolutamente nenhuma.
Em terceiro lugar, temos o crescente controlo dos meios de comunicação social por parte do regime. Os meios privados estão, actualmente, asfixiados economicamente e sobrevivem com crescentes dificuldades. A independência editorial é um luxo cada vez mais caro. Apesar de tudo, honra lhe seja feita, resistem alguns moicanos.


A RTP-Açores está, actualmente, completamente controlada pelo regime. A censura aí é bem real e praticada ao melhor estilo do lápis azul. Posso testemunhar, na primeira pessoa, isso mesmo. Foram-me dadas cinco oportunidades de criticar as políticas governamentais. Nessas cinco vezes, tenho consciência disso, fiz mossa no regime. Os esbirros do regime mandaram-me calar e não terei, provavelmente, uma nova oportunidade. Não faz mal!


A luta pelo pluralismo democrático é uma causa demasiado inspiradora para pensar em desistir. Luto pela igualdade de oportunidades. Luto pelo direito a pensar de forma diferente. Luto para que, nesta sociedade, todos possam ter direito a condições de vida mais dignas. Luto contra a esmola, porque não quero um país de pedintes. Luto por essa palavra mágica pela qual muitos, tantas vezes … demasiadas vezes, ousaram morrer para que a pudéssemos pronunciar:

LIBERDADEEEEEEEE !!!!!"


Paulo Estêvão

Câmara de Comuns

1 comentário:

MMV disse...

os posts do Victor Freitas é que são giros...