quarta-feira, 16 de julho de 2008

Moral para falar?!: Bastonário da OA recebia mil euros pela formação

Segundo o DN-Lisboa de hoje, as distritais da Ordem dos Advogados (OA) acusam o seu bastonário de atacar sem razão a formação de estagiários, quando o próprio Marinho Pinto foi durante anos patrono formador. Ao que o DN apurou, o líder dos advogados portugueses recebeu durante dois anos cerca de mil euros por mês por desempenhar esse cargo na Distrital de Coimbra.

Em resposta à carta que Marinho Pinto enviou aos advogados, onde apelidava a formação dos recém-licenciados de "cancro da ordem", o presidente da Distrital do Porto defendeu ao DN que os cursos a cargo das secções regionais acompanharam o aumento acentuado de juristas que todos os anos saem das universidades portuguesas e são fundamentais para manter a qualidade da advocacia. Mas Guilherme Figueiredo não se ficou por aqui e fez questão de lembrar que também Marinho Pinto já fez parte do sistema que agora critica. "Há que recordar que o bastonário foi formador e numa altura em que se ganhava bastante mais do que se ganha hoje, que são 50 euros por aula. E nessa altura, não me recordo de ouvir Marinho Pinto criticar o sistema."


O DN verificou junto de outra fonte bem colocada no interior da Ordem dos Advogados a veracidade da informação e recebeu a garantia que o Bastonário dos Advogados foi durante dois anos patrono formador no Conselho Distrital de Coimbra. Nesse período, Marinho Pinto recebeu mil euros mensais correspondentes ao cargo. O DN tentou obter esclarecimentos junto do Bastonário da OA, que esteve incontactável até ao fecho da edição.


Por estas razões, o presidente da Distrital de Lisboa aconselha o bastonário a "ter menos palavras e mais actos". No entanto, Carlos Pinto de Abreu reconheceu que ainda nem sequer leu a carta "por ter coisas mais importantes para fazer". Já Guilherme Figueiredo leu com atenção a mensagem de Marinho Pinto e aproveitou para desmentir algumas das informações do bastonário, nomeadamente a da existência de uma funcionária da distrital a ganhar 11 mil euros por mês. "Quando entrei em funções no princípio do ano, houve uma reclassificação de categorias no Porto, portanto ninguém ganha mais de metade daquilo que é apontado pelo bastonário, da mesma forma que só eu tenho acesso ao cartão de crédito da Ordem, que nem sequer uso", adiantou o líder da distrital portuense da OA.


O presidente do Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados, Daniel Andrade, juntou a sua opinião à dos seus colegas de Lisboa e Porto e defendeu que o bastonário "deve explicar-se" após "imputações gravíssimas" a órgãos e titulares da Ordem. "É bom que o senhor bastonário se explique", declarou Daniel Andrade, reeleito este ano para a liderança da OA em Coimbra, sem que declarasse então apoio a qualquer dos candidatos a bastonário.


O Conselho Superior da Ordem dos Advogados, reunido na noite de segunda-feira, decidiu por unanimidade dos membros presentes solicitar a Marinho Pinto que clarifique as denúncias que fez, visando o funcionamento dos órgãos da instituição e seus titulares.


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De facto quando não se tem moral é melhor estar quieto e calado!!!...


1 comentário:

Unknown disse...

Agora só falta a "Ordem dos Médicos" fazer a mesma coisa. É ver os verdinhos a fazer serviço de urgência, enquanto que os mais experientes estão em casa ou no seu consultório. E os enfermeiros que aguentam a carga? Por isso, quando tossiram, os médicos apanharam gripee calaram-se e engoliram em seco. É que muito enfermeiro faz o trabalho do médico (sr.dr.) nos nossos hospitais e centros de saúde, enquanto que os médicos fazem sei lá o quê. Passam por lá e tal. Depois os enfermeiros e os "rookies" arrumam com a pastilha. Como é que se põe um médico recém-formado a fazer urgencia sem o apoio de um mais experiente? Aliás, um familiar meu, que é médico há muitos (muitos) anos e que tem uma reputação inabalável, não compreende até como é que é possível, médicos recém-formados e sem experiência, estarem a abrir consultórios e a dar consultas "sem medo". Se eu tirei carta ontem, não me põem a conduzir hoje um autocarro dos Horários do Funchal.