quinta-feira, 17 de julho de 2008

Muito bem dito!!!...

«Qualquer cidadão pode ter participação política, mas nem todos estão aptos a avaliar uma tese de doutoramento.»

«Para júri de doutoramento, há que chegar primeiro a doutorado»



Pedro Telhado Pereira - Reitor da UMa ao DN-Madeira


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Melhor resposta do que esta impossível!!!....

8 comentários:

Ilidio Sousa disse...

Caro Sr. Roberto Rodrigues

Acho, antes de mais, uma intervenção necessária mas despropositada nos termos, pois a actividade política num país democrático deve ser tão respeitada como qualquer carreira universitária. Na minha opinião, têm ambos muito a ganhar aprendendo uns com os outros, pois também há por ai muitos Professores Doutores a quem não faria mal nenhum, umas aulas de “Introdução aos Princípios Democráticos”. Mas voltando ao tema e ignorando o comentário mesquinho que dá título à noticia, saliento uma declaração que deixa transparecer aquilo que tenho vindo a afirmar:

"O que sei é que houve cinco pessoas da área, o júri do doutoramento, que dedicaram a vida à investigação e que disseram que o estudo está bem". As leituras que dele se fazem é outra coisa, embora o reitor realce que as autoridades portugueses não facilitem o acesso a dados estatísticos como o fazem os Estados Unidos. "Não é por acaso que são ai maiores os progressos científicos".

Como certamente se recorda, nunca coloquei em causa a seriedade da investigadora nem do Júri, que certamente serão competentes. Apenas salientei o que julgo ser um erro de amostragem que é perfeitamente passível de acontecer nestes casos.
Por experiência própria sei da dificuldade que é seleccionar os dados apropriados ao estudo, tratá-los estatisticamente, e por vezes conseguir esses dados. Porém, ingratamente, um erro ou uma omissão nesta fase, pode inquinar todo um estudo elaborado com seriedade e coerência. Não é por acaso que, para um mesmo assunto, podem existir estudos “para todos os gostos”.
Claro que, se a isto aliar-mos a exacerbada exploração mediática e política, só pode gerar agitação, alarido e nenhum esclarecimento. Já reparou que, diariamente, se repetem notícias sobre o tema e ainda ninguém justificou os números apresentados. Se, como julgo, houve erro na amostra (nos dados) aqueles números serão injustificáveis, pese embora todo o raciocínio subjacente (desenvolvimento do estudo) esteja correcto.

Roberto Rodrigues disse...

Para quem estiver interessado fica aqui o link ao estudo em questão.

http://www.uma.pt/blogs/dce/wp-content/uploads/2008/07/a-integracao-dos-alunos-do-ensino-tecnico-profissional-nivel-iii-nas-escolas-publicas-da-ram.pdf

RR

Ilidio Sousa disse...

Sr. Roberto, antes de mais, obrigado pelo link.

Agora que tive acesso ao estudo pude verificar a minha tese, sobre o tema do momento, no que a educação regional diz respeito.


Limitando-me aos números da polémica, posso comprovar que o cenário que tracei efectivamente se verifica, pois como podemos ler no documento:

“Como podemos observar pelo Gráfico 5 apenas 29% dos jovens da RAM terminaram o ensino secundário com sucesso, precisamente porque 34.263 jovens não procederam às inscrições em todos os níveis e modalidades no ensino secundário, ou não tiveram sucesso na escola entre os anos de 1997 a 2004 e porque 79.911 casos de possíveis inscrições em todos os níveis e modalidades no ensino secundário(17) nunca se realizaram nas escolas secundárias da RAM(18). Se juntarmos os alunos que não obtiveram sucesso aos que nunca se inscreveram na escola durante este período teremos um total de 114.174 jovens que nunca se inscreveram em todos os níveis e modalidades possíveis no ensino secundário(19), portanto, 71% (Gráfico 5).”
17 Fontes: INE e DRPRE
18 Fonte: DRPRE
19 Fontes: DRPRE e INE
20 Fonte: DRPRE

Ou seja, foram considerados no total 114.174 “…jovens que nunca se inscreveram em todos os níveis e modalidades possíveis no ensino secundário…”, não considerando, portanto, os alunos que tendo entre os 15 e os 20 anos frequentam outros níveis de ensino (1º Ciclo, 2º Ciclo, 3º Ciclo e Ensino Alternativo) e que potencialmente poderão vir a frequentar o Ensino Secundário. Facto que, como já referi noutros comentários altera todos os cálculos subsequentes.

Pese embora este problema, agora que li o trabalho, considero de elementar justiça salientar que este apresenta uma interessante análise do ensino regional, que merece ser lida com serenidade e sem a obsessão dos números, por todos os que se interessam pelo ensino na Região Autónoma da Madeira.

Roberto Rodrigues disse...

Para quem estiver interessado no esclarecimento da SRE fica aqui o seguinte link:

http://www.madeira-edu.pt/LinkClick.aspx?fileticket=sTi%2bW339G4c%3d&tabid=1072&mid=4059

RR

Anónimo disse...

Análise da SREC já ao CAPITULO 3 da Tese (arrasa-o por completo):

http://www.madeira-edu.pt/drpre/DRPRE/tabid/415/ctl/Read/mid/2175/NoticiaId/1908/Default.aspx

Roberto Rodrigues disse...

Ao Atento e a outros,

Li a analise da SREC e os seus esclarecimentos, mas na mesma fica a impressão que estes números também não são positvos para a região. Pelo que mantenho a minha posição sobre o ensino na região.

Sobre as minhas apreciações políticas estas tiveram sempre por base os dados apresentados pelo DN-M e por todos aqueles que sobre este assunto falaram, sendo que neste blog dei espaço para o contraditório. Quem quis intervir sobre o assunto teve a oportunidade de o fazer sem qualquer censura.

Tal como o disse anteriormente, quando comentei este assunto, não vou procurar números nem estatisticas para ver quem tem razão, basta-me ler, ouvir e ver para formar a minha opinião sobre este e outros assuntos. E sobre este por muita matemática que se venha a utilizar, continuo a achar que há imensos jovens madeirenses, que ficam pelo caminho, não concluindo o ensino secundário, pondo-se com isto em causa o futuro da Madeira. E isso ninguém ainda desmentiu!...

Agora veremos se da parte da UMa e da investigadora em questão a uma reacção a estas analises da SREC.

Veremos!!!...

RR

Anónimo disse...

Os números da RAM nesta matéria são tão maus (ou tão menos bons) como os do resto do País.
Mas têm melhorado a ritmos superiores (ver taxas de escolarização).
Mas nada disto é surpresa. Repetitivamente se foca esta matéria. Que talvez seja pouco relevante, daí não ser notada, para a maioria.

Aqui, a questão é outra: lançaram-se números dramáticos para o terreno (números várias vezes superiores aos verdadeiros). A SREC reagiu dando conta dos números correctos. Não de números BONS. Nunca reinvindicou que os números verdadeiros fossem bons...
Mas garantindo que há melhorias constantes e que trabalha para isso.
Mas não é essa a discussão vigente. A não ser para quem quer branquear a verdadeira questão. Os números estão MUITO errados e colocam (os números) muita gente (e o seu trabalho) em questão.

Roberto Rodrigues disse...

Ao atento,

Apenas dizer-lhe que indiferentemente da polémica dos números, na qual nunca entrei, porque nunca foi intenção minha discutir se este ou aquele tinha razão matemática. O que tentei exprimir é que qualquer Madeirense minimamente interessado sabe que muitos jovens ficam pelo caminho, no que se refere ao seu sucesso escolar e que a longo prazo isso terá reflexos no futuro desta região.

E isso nem estes nem os outros números desmentem.

Cumprimentos

RR