Segundo o DN-Madeira de hoje, apenas 29% do total dos jovens madeirenses concluíram o ensino secundário com sucesso. Sendo que a Madeira esta muito atrás da média europeia, que ronda os 55%".
Estes dados resultam dum estudo da investigadora Liliana Rodrigues, do Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira (CIE-UMa).
Outro dado muito preocupante é aquele em que apenas 51% do total de jovens da Região, em idade de frequentar o ensino secundário, entre 1997 e 2004, efectuaram a matrícula. Isto quando alguns governantes dizem que a Madeira em breve se tornará a Singapura do Atlântico!!?....
Com esta qualificação entre os jovens!!!....
Isso nunca vai acontecer!...
Outros dados também referem o seguinte:
Dos 51% dos alunos que se matricularam no período do estudo (82.881), apenas 58% terminaram o 12.º ano.
Entre 1997 e 2004, 34.263 abandonaram os estudos ou não tiveram aproveitamento na escola e outros 79.911 nunca se inscreveram nas escolas secundárias da Região. Assim sendo, 71% dos jovens (114.174) ficaram sem ensino secundário.
Entre 1997 e 2004, 92% dos alunos estavam matriculados no ensino regular e nocturno. Os restantes 8% frequentavam o ensino profissional.
87% dos alunos não terminaram os cursos do ensino recorrente e pós-laboral, enquanto que, no ensino nocturno profissional, apenas 21% não concluíram os cursos.
De facto com estes números se impõe a pergunta feita pela Investigadora: "É a escola lugar de igualdade de acesso e de oportunidade?"
Claro que não!!!...
Veremos as reacções dos nossos governantes!...
3 comentários:
Como não tenho todo o tempo do mundo, peguei apenas nos valores de um ano (Censos 2001), que por acaso se situa sensivelmente ao meio da série de anos analisada e verifiquei que para este ano específico (que julgo não ser muito diferente dos restantes):
A- Total de Jovens em idade de frequentar o Ensino Secundário …………………………… 23491
B- Total de Jovens com o Ensino Secundário (completo) ……………………………………………726
C- Total de Jovens a frequentar o Ensino Secundário ………………………………………………8288
D- Total de Jovens com o Ensino Secundário Incompleto .............................…………….1151
E- Total de Jovens a frequentar o Ensino Superior …………………………………………………..1948
Se considerar-mos
B+C+D+E = 12113 Alunos
Significa, efectivamente, que apenas 51,56% dos jovens em idade para frequentar o Ensino Secundário, frequentam ou frequentaram, esse nível de ensino.
Porém, neste raciocínio (e provavelmente no referido estudo) não foram incluídos aqueles que tendo entre 15 e 20 anos frequentam outros níveis de ensino, anteriores ao secundário. No entanto, esse número não pode ser desprezado pois é significativo. Vejamos então esses valores:
Alunos entre 15 e 20 anos no 1º Ciclo: 83
Alunos entre 15 e 20 anos no 2º Ciclo: 250
Alunos entre 15 e 20 anos no 3º Ciclo: 3756
Alunos entre 15 e 20 anos no Ensino Alternativo: 374
Total: 4463 (que não foram contabilizados)
Se refizermos as contas, atendendo aos 12113 alunos considerados, acrescendo os 4463 alunos não considerados, obteremos um total de 16576 alunos entre os 15 e os 20 anos que frequentam ou frequentaram o Ensino Secundário.
Assim, a percentagem dos jovens em idade de frequentar o Ensino Secundário, que efectivamente o fazem ou fizeram é de 70,56%, o que altera por completo todos os cálculos posteriores pelo que não me debruçarei mais sobre o assunto. Pois, tendo apenas dedicado duas horas a esta mediática noticia, não percebo como tal estudo pôde passar pelo crivo do Júri e pelos orientadores de Doutoramento. Afinal, o ensino superior também não goza de boa saúde!!! Mas isso é outra conversa.
Só tenho pena que outros não façam como eu e verifiquem os dados antes de opinar, em jornais, blogues etc…
Ao sr. Ilidio Sousa,
Como deverá ter percebido de certeza, só limitei-me a apontar os dados dum estudo de doutoramento ao qual dou até que me provem o contrario muito crédito. E a partir daí tenho de fazer-me as mesmas perguntas, que a investigadora fez.
Não tenho obrigação de ir a procura de dados estatísticos para comentar essa ou outra notícia.
Cabe sim, aos visados (neste caso o Governo Regional), provar que este estudo é falso.
Pela minha parte aguardo para ler a argumentação do Governo, que pelo que sei é identica a sua e claro a resposta também da investigadora.
Até lá e pelo que conheço da realidade regional, inclino-me mais para acreditar neste estudo.
Veremos!
Cumprimentos
RR
Caro sr. Roberto Rodrigues
Antes de mais, obrigado pela publicação do comentário, obviamente o meu intuito não é colocar ninguém atrás de dados estatísticos, mas sim que não se tomem, os estudos, por infalíveis. Os erros acontecem. E, a contrário do que afirma, a justificação do Governo, não é coincidente, acho que eles ainda não perceberam a falha. Obviamente numa tese de doutoramento seria inadmissível um erro tão básico, não foi um erro de cálculo, mas sim de amostra que inquinou todo o estudo. Porém, os dados continuam a ser preocupantes.
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